Volta para casa: veja o passo a passo do retorno dos brasileiros
Decolagem estava prevista para sábado pela manhã, mas normas de segurança acabaram fechando a fronteira em Rafah
Christina Lemos|Christina Lemos e Christina Lemos
Após mais de um mês de sofrida espera e semanas de sucessivos adiamentos, o grupo de 32 brasileiros e familiares (dois acabaram desistindo) que aguardava para sair da zona de conflito em Gaza conseguiu deixar a região.
A expectativa era que o grupo deixasse Gaza na sexta-feira (10), mas o posto de controle na fronteira com o Egito ficou fechado em várias ocasiões.
A negociação diplomática para a saída envolveu autoridades de quatro países e chegou a criar mal-estar político.
Veja o passo a passo do processo de repatriação
Checagem de documentos
Os brasileiros aguardavam os procedimentos oficiais na saída do Egito. A prioridade era dada à tramitação de ambulâncias com feridos. A checagem minuciosa, em função da exigência de segurança de Israel e Egito, buscava evitar a passagem de possíveis integrantes do Hamas. Novas suspeitas no trâmite das ambulâncias voltaram a suspender a operação repetidas vezes, o que levou ao adiamento da passagem dos brasileiros.
Após a reabertura de Rafah, inicia-se a chamada da lista de estrangeiros autorizados a sair. A verificação de documentos enfrenta pelo menos duas etapas: a da saída de Gaza e a da entrada no Egito. Representantes diplomáticos do Brasil no Egito devem acompanhar os trâmites.
Deslocamento até o aeroporto de Al-Arish
Após a autorização de trânsito pelo Egito, o grupo de brasileiros será transportado do posto de Rafah até o aeroporto da cidade de Al-Arish, que fica a 53 km de distância. O transporte será feito de ônibus identificado como do Brasil e com o apoio do corpo diplomático brasileiro no Egito.
Os planos iniciais preveem que os brasileiros pernoitem na localidade de Al-Arish, com assistência da equipe de diplomatas brasileiros.
Decolagem para o Brasil
No local, uma aeronave da Presidência da República, um VC-2, estará aguardando para a decolagem. O avião já espera há semanas na capital, Cairo, para o resgate do grupo e tem pré-autorização para pouso em Al-Arish, de acordo com fonte do Ministério da Defesa. Há ainda um segundo plano que prevê a decolagem do Cairo, a depender da logística aeronáutica local.
Primeiros socorros médicos
Antes mesmo do embarque, o grupo de brasileiros deverá receber os primeiros atendimentos médicos por uma equipe embarcada pela FAB, incluindo avaliação geral e atendimento psicológico e vacinação.
Pouso em Brasília
O grupo de brasileiros, que inclui 20 cidadãos com dupla nacionalidade (brasileira e palestina) e 15 menores, será recepcionado pelo presidente Lula ainda na Base Aérea — área militar de segurança no aeroporto de Brasília.
O Planalto informou a intenção do presidente de comparecer à recepção ao grupo, embora ainda não esteja definida a hora do pouso do VC-2. O presidente se empenhou pessoalmente na repatriação do grupo e considera o tema “prioridade de agenda”.
Assistência governamental
O governo federal se prepara para oferecer assistência ao grupo, seja para regresso às bases de origem, seja para atendimento a necessidades como alimentação, avaliação médica e abrigo. A Casa Civil e o Ministério da Saúde foram convocados a prestar auxílio.
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