A reforma da covardia
Todas as pessoas minimamente informadas e bem intencionadas sabem que o Brasil precisa de muitas reformas
Eduardo Costa|Eduardo Costa
Todas as pessoas minimamente informadas e bem intencionadas sabem que o Brasil precisa de reformas. Muitas. Há muito tempo. Em minha opinião, a mais urgente é a política, com jeito novo de organizar as votações, as eleições, mudar a composição de tribunais, uma série de providências que só seriam possíveis em uma Assembleia Constituinte Exclusiva, feita por pessoas que não estão na política viciada. Mas, entre a vontade dos representados e a disposição de nossos representantes em Brasília vai uma distância enorme…
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A mais urgente é a da Previdência. Simplesmente porque, do jeito que as contas estão e com o envelhecimento da população simplesmente não teremos dinheiro para bancar os idosos. E não é preciso fazer muito esforço, basta saber que as contas do Governo Federal, de estados e municípios não fecham. Depois de muita promessa de Lula, Dilma e Temer, Bolsonaro veio com força total. Seu ministro da Fazenda luta contra forças visíveis de gente que, verdadeiramente, pensa diferente. Mas, o pior é o trabalho de bastidores daqueles que estão com medo de perder altos salários e privilégios. E eles têm uma estratégia há mais tempo: usar seus representantes do Congresso para desidratar a reforma, deixando de fora Estados e Município.
Simples: os deputados e senadores de lá ficam livres da pressão das bases e jogam a bomba para outros entes federados. A pergunta é: se o Bolsonaro não tiver força para aprovar tudo lá, o Zema terá aqui? Se a pressão é gigantesca sobre parlamentares que estão em Brasília, imagine a vida dos que são estaduais, estão mais perto das bases... E as prefeituras? Imaginemos os vereadores de Nova Lima lutando contra salários malucos que a dupla Carlinhos e Cassinho inventou nos quadros da prefeitura?
Então, o recado é para professores, enfermeiros e todos os servidores que estão no andar de baixo entre os barnabés: uni-vos, mobilizai suas forças porque vocês podem estar condenados a receber pouco e atrasado para o resto da vida.
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