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Cinco meses depois...

Após mais de 150 dias do início da pandemia, nossa cidade continua diferente: fechada, deserta; desde abril tenho insistido que poderia ser diferente

Eduardo Costa|Eduardo Costa

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Comércio de BH funciona em dias alternados
Comércio de BH funciona em dias alternados

Exatos cinco meses se passaram e nossa cidade continua diferente: fechada, deserta, esquisita. Uns acreditam que é a força do vírus, a guerra que precisamos vencer. Eu não! Desde abril tenho insistido que poderia ser diferente, um processo menos dolorido, mais discutido, setores alternando abertura, o comércio de um lado só da rua, os bares só de quinta a sábado, os shoppings de terça a sexta, sei lá... Não tenho a receita, mas, ninguém tem e a saída é o diálogo. Honesto. Verdadeiro. E feito com homens do mesmo peso, na mesa de negociação, independentes.

Leia mais: Equívocos de interpretação


Percebo a cidade surtada, assustada, sem rumo, sem perspectivas, mais insegura, abandonada, suja... Desanimada. E nem preciso sair de casa para constatar o desalento.

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Então, peço a Deus pelos que não têm um padrinho poderoso, para ajudar num emprego agora ou nos próximos meses.


Peço pelos que não têm o poder da pressão, um sindicato barulhento, por exemplo, que ameaça greve se não for atendido em suas reivindicações.

Peço proteção para os empreendedores, que colocaram suas reservas, seus sonhos e seu suor numa empreitada e não têm qualquer amparo oficial.


Peço pelos que não têm um emprego público, aquele cujo salário está garantido no fim do mês, haja o que houver, pelo menos por enquanto, considerando que quem paga a conta pode não dar conta de tanto descaso.

Peço uma alternativa para os que já trabalham cinco meses por ano para pagar impostos e, agora, já perderam cinco de trabalho; então, terão que se desdobrar em dois para não decretar falência pessoal e familiar.


Enfim, que Deus abençoe os que se sofrem com a “anomia Social”, mesmo que não compreendam o que Emile Durkein definiu como ausência ou desintegração das regras sociais... Um tempo em que não nos sentimos representados por nossos representantes, quando – em nome da ciência – quatro médicos param a vida de 2 milhões e meio de pessoas; sem explicitar claramente seus critérios e princípios; sem que haja um contraponto respeitável, seja de lideranças políticas, empresariais ou defensoras dos direitos humanos.

Cinco meses de perplexidades.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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