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Luiz Fara Monteiro

Companhia aérea sul-africana rebate concorrente em público por ‘overbooking’

Pelas redes sociais, Airlink diz que não pratica vendas além da capacidade de assentos, como admite e generaliza a concorrente FlySafair

Luiz Fara Monteiro|Luiz Fara MonteiroOpens in new window

FlySafair, da África do Sul: admissão pública de overbooking Bob Adams - Wikimedia Commons

O “sincericídio” de uma aérea sul-africana teve como consequência polêmica, discussão e investigação no país dos safaris. Em resposta a consumidores que a denunciaram em redes sociais pela prática de overbooking, a FlySafair alegou que, como muitas aéreas, “pratica overbooking de voos para garantir que as passagens fiquem mais acessíveis aos seus passageiros.”

Airlink rebate afirmação sobre overbooking Reprodução

Overbooking é quando uma empresa vende mais passagens do que a capacidade real de assentos no avião. Muitas aéreas, de fato, adotam o overbooking como estratégia para maximizar a ocupação dos voos e compensar as perdas financeiras, causadas pelo não comparecimento de passageiros previamente confirmados.

Como consequência da afirmação feita pela FlySafair e no melhor estilo ‘me inclua fora dessa’, outra empresa, a Airlink, também foi a público para rebater a generalização feita pela concorrente:


“Ao contrário do que diz publicamente a FlySafair, nem todas as aéreas sul-africanas praticam overbooking”, diz o post da Airlink.

Além de desencadear uma enxurrada de reclamações de usuários, a afirmação da FlySafair fez a Comissão Nacional de Consumo (NCC) da África do Sul iniciou uma investigação sobre a empresa. A investigação avaliará se a prática está em conformidade com o Código do Consumidor sul-africano.


Em resposta à investigação, a FlySafair disse que acolheu a oportunidade de esclarecer a questão:

“Continuamos confiantes de que nossas políticas e práticas não estão apenas em conformidade com o Consumer Protection Act, mas também entre as mais transparentes do setor.”


Louis Nel, um especialista jurídico sul-africano, afirmou ao Tourism Update que o órgão regulador do país pode descobrir que a FlySafair estaria violando a legislação. Nel defende que as empresas não podem prometer vender algo, como um voo, se não têm intenção de fornecer o serviço, ou se a empresa pretende vender algo diferente do que foi prometido.

“Seria preciso perguntar à FlySafair qual é sua intenção, mas pode-se, na minha opinião, argumentar que, ao fazer overbooking, ela não tinha a intenção necessária de fornecer a todos os passageiros que reservaram o serviço pelo qual pagaram”, disse ele.

A companhia aérea defendeu sua posição: “Overbooking não é exclusivo da FlySafair, é uma prática padrão e globalmente aceita empregada por companhias aéreas para gerenciar operações de forma eficiente, mitigar o impacto financeiro de passageiros que não comparecem e manter as viagens aéreas acessíveis.” Sem essa prática, a companhia aérea explicou, a lucratividade da companhia aérea seria severamente impactada e os preços das passagens aumentariam.

A FlySafair disse que qualquer investigação precisaria levar em conta esse contexto mais amplo e não visar desproporcionalmente a FlySafair por uma prática que era essencial para o funcionamento de toda a indústria da aviação.

De acordo com a companhia aérea, o overbooking afeta aproximadamente 1% da capacidade disponível da FlySafair e embarques negados são extremamente raros, equivalendo a não mais do que dois assentos por voo. A companhia aérea também disse que forneceu uma compensação “justa” aos passageiros que se sentiram prejudicados.

Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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