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Luiz Fara Monteiro

Veja como funcionam as máscaras de oxigênio durante uma emergência aérea

Conheça também os procedimentos feitos em casos de defeito na aeronave e de emergências no trajeto de voo

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Máscaras de oxigênio em avião Inteligência Artificial/Chat GPT - 15.07.2025

Para quem viaja com certa frequência, a frase se tornou comum: “Em caso de despressurização, máscaras de oxigênio cairão automaticamente dos compartimentos acima de você“. E logo após o aviso, os comissários concluem: “Coloque a máscara em você e só então auxilie outras pessoas, incluindo crianças”.

Embora alguns leigos possam achar que se trata de uma diretriz egoísta, a determinação, na verdade, visa o bem-estar de todos.


“O importante é que o adulto antes de mais nada se mantenha consciente para ter condições para ajudar e cuidar da criança”, explica Fernando Pamplona, Comandante de linha aérea. “Se você desmaiar, o adulto não se mantém de pé e nem ajuda a criança”, reforça Pamplona, que também é instrutor de voo.

RESUMO DA NOTÍCIA

  • As máscaras de oxigênio são essenciais em emergências aéreas, caindo automaticamente em caso de despressurização.
  • O uso da máscara deve ser priorizado pelo adulto para garantir que esteja consciente e possa ajudar outras pessoas, especialmente crianças.
  • Aeronaves têm aeroportos alternativos planejados para situações de emergência, escolhidos com base na segurança e conveniência da operação.
  • Certificações ETOPS permitem que aeronaves voem longas distâncias com um motor inoperante, tornando rotas mais eficientes e seguras.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

MÁSCARAS PARA BEBÊS?

Outra dúvida recorrente diz respeito à quantidade de máscaras disponíveis. Algumas fileiras dos aviões possuem uma máscara a mais do que o respectivo número de poltronas. Isto serve para o uso do dispositivo em bebês de colo. Como só existe uma máscara extra por fileira, as companhias proíbem que haja mais de um bebê por fileira.


As máscaras ficam localizadas nos compartimentos acima do passageiro, onde também estão localizados os sistemas de ventilação e as luzes de leitura, chamados na aviação pelas iniciais PSU, Unidade de Serviço do Passageiro (Passenger Service Unit).

A quantidade disponível em cada máscara é de 15 minutos de oxigênio, mais do que suficiente para, em caso de uma despressurização em altitude elevada, o piloto desça para 10 mil pés, altitude em que todos conseguem respirar normalmente. As máscaras dos pilotos, no entanto, duram mais tempo no fornecimento de oxigênio.


Quando há uma queda de pressão na aeronave, as máscaras são liberadas automaticamente e ficam presas por um cabo. Mas para que o fluxo se inicie, o passageiro precisa puxar este cabo para baixo, acionando um gerador químico que produz oxigênio.

“Quando a máscara é puxada, um cabo aciona um gatilho que ativa o gerador de oxigênio”, ressalta Pamplona. As máscaras de oxigênio são um equipamento de segurança essencial em aeronaves pressurizadas, projetadas para lidar com emergências e garantir a segurança dos passageiros e da tripulação.


Veja também

AEROPORTOS ALTERNATIVOS

Alguns passageiros se perguntam ainda para onde o avião segue no caso de uma emergência em meio do trajeto de um voo.

Em aviação, um aeroporto alternativo é aquele onde uma aeronave pode pousar em caso de imprevistos no aeroporto de destino, como condições meteorológicas desfavoráveis, problemas técnicos ou emergência médica. A escolha do aeroporto alternativo é crucial para garantir a segurança da operação e é geralmente definida no plano de voo.

“O comandante normalmente irá optar pelo aeroporto mais conveniente para cada tipo de situação. Se puder voltar para o aeroporto de onde o avião decolou, a companhia terá estrutura para atender a todos. Se puder seguir para o destino original, ok. Mas se a emergência for de nível elevado, escolhe-se o aeroporto mais próximo para sanar o problema o mais rápido possível”, explica Fernando Pamplona.

CERTIFICAÇÃO ETOPS

O plano de voo de cada viagem prevê aeroportos ou pistas alternativas para pouso em caso de emergência. Mesmo que a aeronave esteja no meio de um oceano, em um percurso entre o Brasil e a Europa, por exemplo, os pilotos possuem um plano B.

Aí entra em cena o tipo de certificação de cada aeronave. Alguns jatos intercontinentais, como o Boeing 767, que possui certificação de 180 minutos, o que significa que ele pode voar rotas que exigem ficar a até 180 minutos de um aeroporto alternativo em caso de falha de motor.

Airbus A350 XWB: certificação para mais de 5 horas de voo mesmo com um dos motores inoperantes Duch.seb via Wikimedia Commons

Já o Airbus A350 possui a certificação para voar por mais de 5 horas (ou 300 minutos) com apenas um dos motores em funcionamento, no caso de uma falha. Essa certificação é importante para permitir que a aeronave opere em rotas que exigem desvios longos, como sobre oceanos ou áreas remotas. O A350 pode voar até 2.500 milhas náuticas (4.630 quilômetros) com um único motor, o que é considerado um recorde na indústria.

Essas certificações de aeronaves recebem o nome de ETOPS (sigla para Extended-range Twin-engine Operational Performance Standards). Essencialmente, a certificação ETOPS garante que a aeronave e a companhia aérea possuem os procedimentos e equipamentos necessários para operar com segurança mesmo em emergências com um motor inoperante, em áreas onde aeroportos de alternativa estão mais distantes.

Para obter a certificação ETOPS, as aeronaves e as companhias aéreas devem atender a uma série de requisitos rigorosos de segurança, manutenção e treinamento, incluindo sistemas redundantes e equipamentos de comunicação e navegação de alta confiabilidade. A certificação ETOPS permite que as companhias aéreas usem rotas mais eficientes, reduzindo o tempo de voo e o consumo de combustível.

Esse tipo de certificação abre oportunidades para voos diretos para destinos remotos que antes não eram economicamente viáveis para aeronaves bimotores. Atualmente, as rotas aéreas mais longas da aviação comercial mundial podem ultrapassar 18 horas de voo ininterruptas, como o trecho entre Singapura e Nova Iorque, com cerca de 15.344 km de distância.

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Os textos aqui publicados não refletem necessariamente a opinião do Grupo Record.

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