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ZF alcança a marca de 700 mil eixos produzidos no Brasil

O marco ocorre no ano em que a empresa celebra 40 anos de produção nacional de eixos destinados aos setores agrícola e de construção

Mundo Agro|Fabi GennariniOpens in new window

A ZF atinge a marca de 700 mil eixos produzidos no Brasil Foto cedida: ZF

A ZF, empresa global de tecnologia que fornece produtos e sistemas de mobilidade avançada para os setores automotivo e industrial, atingiu a marca de 700 mil eixos produzidos em sua unidade de Sorocaba, no interior de São Paulo.

Os eixos são componentes essenciais em máquinas e equipamentos agrícolas, como, por exemplo, os tratores. Eles são responsáveis por transmitir a potência do motor para as rodas.

O Mundo Agro conversou com Juliano Alquati, gerente sênior de desenvolvimento de negócios da ZF.


Juliano Alquati, gerente sênior de desenvolvimento de negócios da ZF Foto cedida: ZF

Confira abaixo mais detalhes sobre esse marco, o centro de competência da empresa, seus investimentos e ações de sustentabilidade.


Mundo Agro: A ZF atinge a marca de 700 mil eixos para os setores agrícola e de construção produzidos no Brasil no ano em que completa 40 anos. O que isso representa para vocês? São 40 anos de inovação e investimento. O que esperar para os próximos 40 anos?

Juliano Alquati: Este, sem dúvida, é um marco a ser celebrado com nosso time e parceiros. A ZF iniciou a produção de eixos agrícolas na fábrica de Sorocaba, SP, em 1985. Em 2017, celebramos 32 anos de produção contínua com a marca de 500 mil eixos fabricados e comercializados. E agora, em 2025, atingimos outro marco significativo: 700 mil eixos produzidos. Ou seja, em apenas oito anos, produzimos 200 mil unidades. Isso é um poderoso indicativo de dois fatores importantes: a expansão desse mercado e a nossa eficiência operacional para atender à alta demanda por nossos produtos, reconhecidos por sua qualidade e confiabilidade. Somos a única fornecedora na região a contar com equipe de campo, engenharia, desenvolvimento e produção local. Como já somos o Centro de Competência Global para o desenvolvimento e produção desses eixos, tanto para o mercado interno quanto para outros mercados globais, seguiremos crescendo, inovando e acelerando essa produção. Essa, inclusive, é uma estratégia da ZF: Local para Local.


Mundo Agro: O eixo é a parte fundamental. É como se fosse o nosso coração, certo? Como é ser a única fornecedora da região da América Latina? O centro de excelência de vocês é o grande local onde tudo é testado. Por favor, inovar é fundamental. Investir é essencial. Mas é nesse centro onde tudo é colocado à prova. O que ele tem de diferente? Tem algo já em análise ou em teste que futuramente estará disponível?

Juliano Alquati: O Brasil se tornou um dos maiores provedores globais de alimentos e commodities agrícolas, assumindo protagonismo nos números de exportação mundial de grãos como soja e milho. Isso trouxe uma grande evolução para a indústria brasileira ligada ao agronegócio, e adquirimos um know-how como nenhum outro país. Hoje, a ZF é a única fornecedora a ter uma estrutura completa, que começa pelo desenvolvimento no centro de competência, com equipe de engenharia atuando em campo, pista de testes para validação de produtos junto às montadoras e produção nacional. Isso nos diferencia de fornecedores existentes na América do Sul, que não possuem essa estrutura completa. Os engenheiros da ZF estão intimamente ligados a esse histórico e buscam soluções que entregam alta eficiência operacional, aprimorando também a robustez e a qualidade dos eixos, além de criar soluções personalizadas para as montadoras. O Centro de Competência Global para o desenvolvimento de eixos da ZF, na fábrica de Sorocaba, SP, já opera há anos e atende às crescentes demandas do setor. A grande maioria das validações de laboratório é realizada em cooperação com o centro de testes na Alemanha. Além disso, não apenas desenvolvemos eixos, mas também os testamos. Recentemente, iniciamos uma área de testes, localizada na mesma unidade, preparada para simular condições reais de aplicação no campo para diversas aplicações. Ela está em uso para validações de produto. Em breve, anunciaremos um novo produto, desenvolvido 100% pelo nosso centro brasileiro, que será apresentado de forma inédita para o público e para todos os nossos clientes na Agrishow.

Eixo TSA da ZF Foto cedida : ZF

Mundo Agro: Vocês têm um know-how incrível. Quais foram os eixos mais bem-sucedidos feitos por vocês? O que há de inovação brasileira - de tecnologia e design - para quem for usar a máquina pronta?

Juliano Alquati: Nosso carro-chefe é o TSA09, desenvolvido e produzido no Brasil, em Sorocaba, SP, e que carrega o histórico de sucesso e melhorias contínuas das famílias anteriores de eixos APL e AS. Ideal para tratores até 110 HP, o eixo teve grande receptividade no mercado e tornou-se líder de vendas nesse segmento. Lançado há 10 anos, o eixo já equipa praticamente todos os tratores dessa faixa de potência, com mais de 80 mil unidades produzidas. Ele é muito robusto, mesmo tendo um design mais compacto do que os concorrentes, e possui um conceito de carcaça em 3 partes que garante maior facilidade de reparo. Outro exemplo bem-sucedido de desenvolvimento foi o Eixo TSA23, que obteve grande receptividade desde o seu lançamento, em 2017. Seu design e aplicação foram desenvolvidos integralmente pela engenharia de produto no Brasil, com foco nas necessidades do cliente final e das montadoras, o que se tornou um grande diferencial da ZF no mercado ao longo dos últimos anos. O TSA23 foi projetado para tratores agrícolas com faixa de potência entre 160 e 250 HP, após diversas visitas técnicas em campo. Seu design proporciona mais estabilidade na direção, controle no piloto automático e robustez, garantindo uma vida útil superior às opções disponíveis no mercado. O eixo mantém uma robustez singular, mesmo com um kit de três metros instalado. Há registros de eixos com essa configuração rodando mais de 14 mil horas, ainda em boas condições. Tivemos também o patenteamento de uma nova tecnologia de kit de três metros para eixos suspensos, um desenvolvimento exclusivo da nossa engenharia local, que será lançado em breve. Esse equipamento garante tração mais contínua e reduz a patinagem e escorregamento em terrenos irregulares.

Mundo Agro: Como foi o mercado em 2024 e qual a expectativa para este ano?

Juliano Alquati: No ano passado, o mercado teve uma baixa nas vendas, influenciada pela redução na safra de grãos e pelas enchentes no sul do país. De acordo com o balanço da ANFAVEA, as vendas de máquinas agrícolas terminaram 2024 com uma queda de 19,8% em comparação com o ano anterior. Mas, para este ano, segundo o IBGE, a safra brasileira de cereais, leguminosas e oleaginosas deve alcançar um novo recorde de 323,8 milhões de toneladas, com um crescimento de 10,6% em relação a 2024. De forma geral, esperamos que o mercado siga mais estável e que as previsões de safras recordes de cereais, leguminosas e oleaginosas impactem positivamente nossos resultados. Também há perspectivas positivas para o segmento de frutas e café, tendo em vista os preços internacionais elevados para esses produtos.

Mundo Agro: Vamos falar agora de ESG. Achei muito interessante a proposta da empresa de ter praticamente uma “faculdade ZF” dentro da fábrica. Investir em talentos e desenvolver novos funcionários com a expertise da empresa. Esse é o caminho?

Juliano Alquati: Sem dúvida nenhuma, é o caminho. É uma tradição global e histórica da ZF investir continuamente em alta tecnologia e, naturalmente, no desenvolvimento e qualificação de seus colaboradores. Investimos constantemente em P&D e no desenvolvimento de nossos profissionais. Em nosso último relatório anual, é possível ver que atingimos o maior índice de investimento em P&D dos últimos anos, com 8,6% do faturamento dedicado a projetos de inovação e tecnologia, patentes e novos desenvolvimentos. Não apenas temos a UniZF, mas também uma biblioteca de aprendizagem no LinkedIn Learning, com mais de 16 mil cursos nas áreas de negócios, tecnologia e inovação à disposição dos colaboradores. Além disso, temos conteúdos criados pela ZF e parcerias educacionais online e presenciais. Vale mencionar que não apenas investimos em nossos colaboradores, mas também na geração futura de profissionais, com o Projeto Pescar, programa voltado para jovens em vulnerabilidade social. Mais de 400 jovens já passaram pelo Projeto Pescar da ZF.

Mundo Agro: E sobre a pretensão de reduzir as emissões de carbono? Quais ações a empresa está implementando e quais são as metas para os próximos anos?

Juliano Alquati: A ZF tem metas ambiciosas relacionadas à sustentabilidade e à descarbonização. A empresa se comprometeu a alcançar a neutralidade climática (emissões líquidas zero) em suas operações até 2040, com metas intermediárias significativas até 2030. Nossas metas intermediárias são de reduzir em 80% as emissões diretas e indiretas por energia, em comparação com 2019. Para isso, estamos trabalhando para reduzir as emissões ao longo de toda a cadeia de suprimentos, incluindo matérias-primas, transporte e uso de produtos. Temos iniciativas como a reutilização de embalagens e pallets entre fábricas, avaliação de vazamentos de ar comprimido nos maquinários, o que reduz o consumo de energia, além da destinação adequada de resíduos, evitando aterros sanitários, tornando muitas de nossas unidades “aterro zero”.

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