Considerado pelos colegas de toga e ministros aposentados do Supremo Tribunal Federal como moderado e discreto, o ministro Edson Fachin completa hoje uma década na Corte. Indicado pela então presidente Dilma Rousseff em 2015, Fachin ocupou a vaga aberta com a aposentadoria do ministro Joaquim Barbosa. Natural de Rondinha, no Rio Grande do Sul, estudou e desenvolveu a carreira no Paraná. Antes de integrar o Supremo, Fachin atuou como membro da comissão do Ministério da Justiça sobre a Reforma do Poder Judiciário e como colaborador na elaboração do novo Código Civil brasileiro no Senado. Também atuou como procurador do Estado do Paraná entre 1990 e 2006.Pouco adepto a entrevistas e fã de hábitos simples, Fachin ganhou amplo destaque em 2017, ao assumir a relatoria dos processos da Lava Jato depois da morte do ministro Teori Zavascki num acidente aéreo. À época, chamou a atenção por passear sem seguranças pela quadra em que mora, em Brasília. Atitude que já não é mais possível, diante dos ataques sofridos pela Corte e pelos ministros nas redes sociais. Voltado principalmente para causas sociais, de segurança pública e trabalhistas, o ministro também se destacou na relatoria de processos de grande repercussão, como o conhecido como “ADPF das Favelas”, que resultou na homologação parcial de um plano de redução da letalidade policial apresentado pelo Estado do Rio de Janeiro. Fachin também relata a ação que discute o fenômeno da “uberização” do trabalho. O ministro teve ainda papel fundamental na presidência do Tribunal Superior Eleitoral, ao criar a Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação, órgão fundamental para o combate às fake news na preparação das eleições presidenciais em 2022. No gabinete do ministro, ganhou destaque o projeto “Hora da Atualização”. Criado por Fachin em agosto de 2015, a iniciativa capacita os servidores e já recebeu dezenas de pesquisadores nacionais e internacionais. O evento é uma abertura de diálogo para aprimorar a interpretação constitucional. Em uma década, Fachin deu mais de 74 mil decisões. Atual vice-presidente do STF, o ministro vai assumir o comando da Corte em setembro, sucedendo Luís Roberto Barroso na Presidência. Pouco adepto de festas, não se espera uma recepção ou um jantar para a passagem de bastão. Nem para celebrar os dez anos de tribunal. A ocasião será lembrada hoje à tarde com o lançamento de um livro escrito por integrantes do gabinete, de forma discreta e sem pompa, bem ao estilo Fachin de ser.✅Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp