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Falta de pagamento de contas de luz, água e gás bate recorde em agosto

Contas básicas atingiram maior nível desde 2019, enquanto que dívidas de bancos e cartões tiveram o menor patamar do ano

Renda Extra|Do R7


Falta de pagamento de contas básicas tem aumento
Falta de pagamento de contas básicas tem aumento

A inadimplência no pagamento de contas básicas, como água, gás e luz, teve o maior crescimento em agosto de 2023 entre as dívidas dos brasileiros e bateu recorde dos últimos quatro anos.

Segundo o Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa, o percentual foi de 24,4%, o maior da série histórica, desde janeiro de 2019.

O número representa um aumento de 0,53 ponto porcentual em relação ao registrado no mês de julho. Neste ano, essas contas acumulam crescimento de 2,97 pontos percentuais.

O dado coincide com o avanço da inflação oficial de preços de 0,23% em agosto, puxado pela alta no valor das contas de luz (+4,59%), segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE neste mês. 

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Outras dívidas

Já as dívidas com bancos e cartões de crédito, que costumam ser maiores, e que ainda representam a maior parte do endividamento, registraram nova queda pelo segundo mês consecutivo em agosto, alcançando o menor patamar do ano.

Com diminuição de 0,24 ponto percentual em relação ao valor anotado em julho, este é o índice mais baixo deste ano para o segmento, representando 29,29% das pendências entre os inadimplentes no mês de agosto.

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"As contas básicas representando o maior crescimento, enquanto as dívidas de bancos e cartões têm o menor patamar do ano, se justificam justamente pela quantidade de incentivos à renegociação de dívidas", explica Clara Aguiar, especialista em educação financeira da Serasa.

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A queda tem a ver com o programa Desenrola Brasil, lançado pelo governo federal em 17 de julho, que já soma R$ 13,2 bilhões em quantidade de recursos financeiros negociados.

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A Serasa também registrou em julho e agosto os dois meses com maior volume de renegociações de sua história, com mais de 7 milhões de acordos fechados. 

"De um lado, essas dívidas diminuíram, e essa é a explicação para as outras dívidas, de contas básicas, representarem um pouco de crescimento. Justamente porque as pessoas que estão inadimplentes preferirem pagar dívidas que estão com descontos", avalia Clara.

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O economista Igor Gondim, professor de economia no curso de administração da ESPM, também concorda que a melhora nos índices de inadimplência de cartões de crédito reflete os programas de renegociação de dívida, que já vinham sendo feitos pelas instituições financeiras antes mesmo do programa do governo federal.

"Outro aspecto é que a melhora nos últimos meses do mercado de trabalho formal e da inflação pode ter contribuído para que as famílias não precisassem ficar inadimplentes às formas de empréstimos como do cartão de crédito. Por outro lado, as pessoas em atraso com contas de consumo podem sinalizar uma falta de capacidade de pagamento ou superendividadas", afimra Gondim. 

No entanto, o número de brasileiros que não conseguem pagar suas contas voltou a subir em agosto, depois de dois meses de quedas consecutivas, atingindo 71,7 milhões, o que representa 43% da população adulta do Brasil. O aumento foi de 320 mil pessoas nessa situação, em relação ao número registrado em julho.

Desse total, 50,4% são mulheres e 49,6% são homens. As faixas etárias mais afetadas são de 41 a 60 anos de idade (35%) e de 26 a 40 anos de idade (34,5%).

Ainda representando o principal motivo para o endividamento no Brasil, os bancos e cartões de crédito contabilizaram redução de 0,32 ponto percentual desde janeiro de 2023.

Para a educadora financeira Aline Soaper, com o aumento das dificuldades, as famílias acabam adiando as contas que precisam pagar. "É uma forma de adiar e pagar menos juros, já que essas contas têm juros e multas menores do que quando você atrasa um cartão de crédito, um financiamento com o banco", avalia.

"Na hora de olhar para os juros, as pessoas acabam dando prioridade para pagar o que tem juros mais altos. Mas isso é um grande problema, porque as contas básicas podem ser cortadas e trazem um transtorno ainda maior. Se a pessoa não paga, ela vai ter a conta de energia da casa cortada, gerando um transtorno maior para ela. Da mesma forma com as contas de gás e água, que são necessidades básicas. Por isso, as famílias devem priorizar o pagamento dessas contas", acrescenta.

Segundo a educadora, é preciso fazer uma planejamento financeiro, incluindo a média de custo com essas contas básicas mensalmente, além de evitar novas dívidas. "As pessoas acabam utilizando o que seria para para pagar a conta básica para outras contas que foram feitas no cartão de crédito. Por isso, é muito importante que as famílias tenham esse controle e planejamento para não ficar devendo suas contas básicas e passar por algum transtorno dente de casa com as família", orienta.

Como negociar dívidas

• Programa Desenrola

O programa, que vai estar vigente até 31 de dezembro de 2023, tem duas faixas de beneficiados. Ele começou pela faixa 2, destinada a pessoas físicas com renda acima de dois salários míninos (R$ 2.640) até R$ 20 mil e dívidas em banco sem limite de valor. Negociação é feita direto com bancos ou Serasa 

Já a faixa 1, voltada para pessoas físicas com renda mensal de até dois salários mínimos ou que constem no CadÚnico (Cadastro Único dos beneficiários dos programas sociais do governo federal), com dívidas de até R$ 5.000, deverá começar no fim de setembro. Negociação será por meio de plataforma.

• Serasa

Site: http://www.serasalimpanome.com.br 

App Serasa no Google Play e App Store

WhatsApp 11 99575–2096 

Confira 7 dicas para deixar as contas em ordem

1) Organize as contas

Organize as finanças para visualizar o valor das suas despesas, pelo menos, pelos próximos três meses, incluindo todas as dívidas já existentes.

2) Calcule sua reserva

De acordo com o que você tem de reserva financeira disponível e com as previsões de entradas no caixa, saberá quanto pode destinar ao pagamento das despesas já existentes.

3) Procure os credores

Procure todos os credores e proponha uma renegociação de acordo com a possibilidade de pagamento mensal. Se for necessário, proponha aumento no prazo e diminuição no valor mensal das parcelas.

4) Priorize pagamentos

Priorize o pagamento das dívidas relacionadas a serviços essenciais ou daquelas que tenham uma taxa de juros mais alta (como cartão de crédito e cheque especial). Essas devem ser liquidadas primeiro.

5) Entenda os contratos

Reveja os contratos assinados com seus credores: em muitos casos já existem cláusulas que preveem medidas especiais em casos extraordinários como desemprego. Se o documento contemplar algo nesse sentido, você poderá utilizar essa cláusula para recorrer ao credor.

6) Avalie seus gastos

Reveja seus gastos e seu custo de vida. Isso pode ajudar a evitar que se contraiam novas dívidas.

7) Corte despesas supérfluas

Identifique as despesas que podem ser cortadas nesse período para que você tenha mais recursos para liquidá-las.

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