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92% dos cariocas têm medo de morrer em assalto, diz pesquisa

Estudo aponta ainda que 69% dos entrevistados acreditam que a intervenção na Segurança e presença do Exército na cidade não fizeram diferença alguma

Rio de Janeiro|Juliana Valente, do R7*

Pesquisa tem como objetivo monitorar a intervenção
Pesquisa tem como objetivo monitorar a intervenção Pesquisa tem como objetivo monitorar a intervenção

Um estudo feito pelo Datafolha, a pedido do FBSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública), mostra que um em cada três moradores do Rio de Janeiro já ficaram no meio de tiroteios entre policiais e bandidos em 2017. A pesquisa, que tem como objetivo monitorar a intervenção na Segurança, revela ainda que a maioria das pessoas que passaram por essa situação é negra e vive em comunidades.

Feito com 1.012 pessoas com mais de 16 anos, entre os dias 20 e 22 de março, o estudo também verificou que, embora 76% da população fluminense apoie a intervenção federal, 69% acreditam que ela e a presença do Exército na cidade não fizeram diferença alguma na segurança. Os dados mostram ainda que 92% dos entrevistados temem ser vítima de bala perdida e 87% têm medo de morrer assassinado.

Outro dado que chama atenção é que 70% dos participantes alegam ter medo de sofrer violência por parte da Polícia Militar. Para o pesquisador do LAV-Uerj (Laboratório de Análise da Violência da Uerj) Ignacio Cano, "a incidência de violência policial experimentada pelos cidadãos no Rio de Janeiro parece ser mais do dobro da nacional, o que reforça a ideia da crise de legitimidade das polícias fluminenses e as reclamações sobre abusos cometidos por elas". O relatório aponta ainda que a experiência direta com a violência reduz o apoio à intervenção federal, em especial entre os que foram vítimas de violência da PM.

Segundo os membros do Observatório da Intervenção do Cesec/Ucam (Centro de Estudos de Segurança e Cidadania da Universidade Candido Mendes) Silvia Ramos, Anabela Paiva e Pablo Nunes, entre as opções para a redução dos indicadores de criminalidade e o número de confrontos está a reforma das polícias.

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"Substituir as políticas de confronto por políticas consistentes e de longo prazo de inteligência e investigação, mudar a relação com as populações das áreas de periferia oferecendo segurança, proteção da vida e policiamento de proximidade no lugar de uso da força, modernizar o sistema de justiça criminal, abarcando não só as polícias, mas as Defensorias, MP e Justiça; e integrar as municipalidades no sistema", disse o grupo.

* Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa

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