Análise da UFRJ aponta que problema na água não foi geosmina
Estudo encontrou a presença da substância 2-MIB, que cresce em maior quantidade em função da presença de esgosto. Cedae nega risco à saude
Rio de Janeiro|Raíza Chaves, do R7*
Um estudo feito pelo Laboratório da Coppe e Instituto de Biologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) apontou que a contaminação na água que abastece o Estado do Rio, ocorrida no início deste ano, não tem relação com a substância geosmina.
Veja também: Polícia do RJ prende suspeito de roubar cargas procurado desde 2011
De acordo com o professor da Coope/UFRJ, Diogo Tschoeke, foi analisado o material genético que está presente na água e detectado o 2-MIB (Metil-Isoborneol), que é um composto parecido e causa os mesmos efeitos.
"O 2-MIB cresce em maior quantidade em função da presença de esgoto, principalmente doméstico e industrial na água, que vai em direção à estação de tratamento do Guandu," afirmou.
No início do ano, moradores da capital, Região Metropolitana do Rio e Baixada Fluminense relataram que a água estava chegando às torneiras com cheiro, cor e sabor alterados. Na época, a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos) disse que se tratava da substância geosmina, produzida por algas, e, segundo a companhia, não apresentava riscos à saúde. Em seguida, foi iniciado um tratamento com carvão ativado na Estação do Guandu.
De acordo com o professor Tschoeke, embora não sejam a mesma substância, geosmina e 2-MIB são parecidos, e o tratamento tem funcionado.
Leia também
Procurada, a Cedae (Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro) disse que nenhuma das duas substâncias faz mal à saúde. Além disso, a empresa informou que está realizando testes diários relacionados aos padrões organolépticos (gosto e cheiro).
O MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro), que tem uma investigação em curso sobre o caso, disse que o laudo da UFRJ está sendo analisado pelo Grupo de Apoio Técnico Especializado, do Gaema (Grupo de Atuação Especializada em Meio Ambiente), e que fará as considerações necessárias para definir as medidas cabíveis.
*Sob supervisão de Bruna Oliveira