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Caso Amarildo: testemunhas convocadas por defesa de PMs acusados são ouvidas em tribunal

Ao menos 6 testemunhas devem ser ouvidas nesta quarta

Rio de Janeiro|Do R7

Amarildo desapareceu em julho de 2013 após averiguação em UPP
Amarildo desapareceu em julho de 2013 após averiguação em UPP

A 35ª Vara Criminal da Capital vai retomar nesta quarta-feira (26) a audiência de instrução e julgamento dos 25 PMs acusados de tortura e sumiço de Amarildo Dias de Souza, em julho do ano passado na Rocinha, zona sul. Ao menos seis testemunhas convocadas pela defesa serão ouvidas pela juíza Daniella Alvarez. Após essa fase, justiça vai ouvir depoimento dos réus.

Na última quarta-feira (19), uma das testemunhas de acusação que mora na Rocinha disse em depoimento que os policiais tinham práticas violentas e que ele já havia sido ameaçado pelo major Edson Santos, que comandava a UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da comunidade.

Na primeira audiência, em 20 de fevereiro, o titular da DH (Divisão de Homicídios), Rivaldo Barbosa, afirmou que os réus tentaram responsabilizar pelo crime pessoas que não estavam envolvidas no desaparecimento. A delegada-assistente da DH, Ellen Souto, também depôs no primeiro dia e disse que os acusados prometeram casas, compraram fraldas e deram dinheiro para moradores da Rocinhapara que eles confirmassem que Amarildo teria sido assassinado por traficantes.

Na segunda fase de depoimentos na última quarta-feira (12), três policiais militares foram ouvidos. O soldado Allan Jardim afirmou ter ouvido gritos de sufocamento saindo da base da UPP da Rocinha no dia 14 de julho, quando Amarildo desapareceu. Ele também disse ter visto cinco PMs saindo com uma capa de moto em direção a mata antes do fim do seu turno. Outra testemunha de acusação, a PM Dezia Juliana de Souza, disse que ouviu gargalhadas após a suposta sessão de tortura. Ela teria levado, dois dias depois, Elizabete Gomes da Silva, viúva de Amarildo, para falar com o Major Edson, que teria deixado o número do telefone dele com ela. O major teria orientado a policial a dizer que teria visto Amarildo sair tranquilamente da UPP no dia do desaparecimento.


Entenda o caso

Amarildo desapareceu no dia 14 de julho de 2013 após ser levado por policiais militares para a sede da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) da Rocinha para averiguação durante a operação Paz Armada, da Polícia Militar. Após o desaparecimento, familiares e vizinhos fizeram protestos que chegaram a fechar o túnel Zuzu Angel. Todos se perguntavam: Onde está o Amarildo?

O caso ganhou repercussão e entrou na pauta dos protestos que tomaram a cidade no segundo semestre do ano passado. Em outubro, 25 PMs da UPP da Rocinha foram presos sob acusação de tortura, ocultação de cadáver, fraude processual e formação de quadrilha. Entre eles, o major Edson Santos, comandante da unidade.

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