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Justiça ouve testemunhas de militares envolvidos na morte de músico

Próxima fase do inquérito será em agosto, quando novas testemunhas de defesa serão arroladas. A expectativa da promotoria é encerrar o caso este ano

Rio de Janeiro|Da Agência Brasil

O veículo foi atingido por mais de 80 tiros e Evaldo, de 51 anos, morreu na hora. Também baleado, o catador Luciano Macedo, que passava pelo local, morreu dias depois
O veículo foi atingido por mais de 80 tiros e Evaldo, de 51 anos, morreu na hora. Também baleado, o catador Luciano Macedo, que passava pelo local, morreu dias depois

A Justiça Militar terminou de ouvir, nesta sexta-feira (28), testemunhas de defesa dos militares do Exército envolvidos na morte do músico Evaldo Rosa e do catador Luciano Macedo, baleados durante operação no dia 7 de abril, no bairro de Guadalupe, na Vila Militar, zona norte do Rio de Janeiro. No total, ontem e hoje foram ouvidas 11 testemunhas, quase todas militares.

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A próxima fase do inquérito será em agosto, quando novas testemunhas de defesa serão arroladas. A expectativa da promotoria é encerrar o caso ainda este ano. A sessão foi presidida pela juíza Mariana Aquino Campos.

A promotora Najla Nassif disse que o Ministério Público Militar (MPM) defende a condenação para todos os envolvidos na ação. “Disparar do jeito que aconteceu, isso nunca poderia ter sido feito. Os militares fizeram a suposição de que havia autores do roubo anterior, porque o carro tinha a mesma cor e modelo, então eles dispararam pela suposição absolutamente equivocada. Isso conduziu a esse erro, que levou a um crime que causou a morte de dois civis. Aponta para a condenação dos militares, nos termos que colocamos na denúncia, por homicídio consumado, tentado e omissão de socorro”, disse a promotora.


O advogado de defesa Paulo Henrique Pinto de Mello argumentou que a região é altamente conflagrada com o tráfico de drogas, o que gera tensão nos militares, e que pode ter havido tiros contra a guarnição, por parte de traficantes.

Os depoimentos realizados nesta sexta-feira (28) só mostram que os militares agiram de forma adequada e dentro do que prevê a lei. Pela manhã, eles [os militares, em ação anterior, contra criminosos] ficaram encurralados, sob forte quantidade de tiros do tráfico local. Os réus estiveram sob forte tensão nervosa. Mais à frente, foram alvejados, e a defesa vai comprovar isso, possivelmente por traficantes que estivessem posicionados no prédio, e reagiram à altura, considerado o número de militares”, disse Pinto de Mello.

As testemunhas de acusação, incluindo a família alvejada, foram ouvidas em maio. Evaldo estava com a família, indo para um chá de bebê, quando se deparou, por volta das 14h30, com uma patrulha do Exército. Em seguida, o veículo foi atingido por tiros. O músico morreu e o sogro dele, Sérgio Gonçalves, ficou ferido. Os demais ocupantes, a esposa de Evaldo, Luciana dos Santos, o filho de 7 anos e a amiga do casal, Michele da Silva Leite, não foram atingidos. O catador Luciano foi baleado quando tentava ajudar Evaldo e sua família.

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