Metrô da Gávea: Witzel muda de ideia e diz que pode retomar obras
Mobilização da sociedade e laudo que aponta risco de colapso em bairro fizeram governador reconsiderar decisão de aterrar estação da zona sul
Rio de Janeiro|Raíza Chaves, do R7* com Record TV Rio
Uma semana após anunciar que pretendia aterrar a estação do metrô da Gávea, na zona sul do Rio de Janeiro, por falta de recursos, o governador Wilson Witzel afirmou, nesta quinta-feira (12), que pretende retomar as obras da Linha 4.
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"Parece que vamos ter essa autorização para fazer obra com a empresa que é ré no processo sob os cuidados de órgãos que vão velar por um orçamento justo."
Witzel resolveu reconsiderar a decisão após receber um laudo do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio apontando que, caso não seja retomada, a obra, paralisada desde 2015, pode provocar um colapsono entorno da estação inacabada. Outro ponto destacado pelo governador foi a mobilização da sociedade, que o fez mudar de ideia sobre o aterramento da estação.
"Devemos prosseguir, fazer a obra e encontrar os recursos que virão da Justiça Federal provavelmente que foram objeto de desvio. Nada mais justo que sejam empregados naquela localidade."
Witzel também explicou que tinha uma dúvida na possibilidade de continuar com as obras por conta de uma decisão judicial que proibia qualquer contrato com a concessionária responsável pela construção. As empresas que estão no consórcio respondem a processos, inclusive na Lava Jato. No entanto, o MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) entendeu que é possível avançar nesta obra e fazê-la com recursos do Estado.
"Fiquei sabendo agora de manhã da proposta de uma ACP (Ação Civil Pública) justamente com esse objetivo. Vou entender com a promotora do caso como ela quer prosseguir, fazer um termo de ajuste de conduta na Ação Civil Pública e fazer um acordo."
Para o governador, o MP-RJ tem que estar preocupado com o dinheiro que será pago às empresas, além do orçamento da própria obra, que, segundo ele, pode estar superfaturada.
Após conversa com o juiz federal Marcelo Bretas, responsável pelos processos da Lava Jato no Rio, Witzel ainda tomou conhecimento sobre a possibilidade de o Estado receber até R$ 1 bilhão - de recursos apreendidos na operação - para ser investido na conclusão na Linha 4 do metrô.
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"Talvez, seja em torno de R$ 300 milhões [já depositado]. Como foi dito na proposta do MPF (Ministério Público Federal), esse valor vai metade para união e outra para o Estado. Estamos conversando com a AGU (Advocacia-Geral da União) e pedindo a intervenção de nossos senadores para junto conseguirmos ter 100% desse valor e dá início imediato a essas obras."
*Sob supervisão de Bruna Oliveira