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Moradora diz que policiais atiraram contra casas durante ação no Rio

"A polícia estava aqui embaixo, atiraram para cima, estavam atirando para a casa dos moradores", disse ela sobre operação no Complexo do São Carlos

Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*

Moradora mostrou marcas de tiro na parede da sala
Moradora mostrou marcas de tiro na parede da sala

Uma moradora do Complexo São Carlos, na região central do Rio de Janeiro, acusou agentes das Forças Armadas e da Polícia Militar de atirarem contra residências durante a operação que acontece no conjunto de favelas na manhã desta quarta-feira (17).

Em um vídeo divulgado pela RecordTV, a mulher, que preferiu não ser identificada, mostra estilhaços de bala no chão e marcas de tiro na janela e na parede da sala, no terceiro andar da casa. "A polícia estava aqui embaixo, atiraram para cima, estavam atirando para a casa dos moradores", disse.

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Mãe de três filhos pequenos, a mulher desabafou: "Graças a Deus nesse horário estava todo mundo dormindo. Mas é perto [da hora] das crianças irem estudar. E se tivesse alguém aqui?".

Procurado pelo R7 para comentar o caso,o Comando Militar do Leste, responsável pela operação de hoje, informou que não fará comentários acerca da solicitação.


Violação de direitos e novas regras para ações policiais

No início deste mês, após a divulgação de um relatório em que constatou 30 tipos de violações de direitos cometidas pelas Forças Armadas e pelas polícias durante a intervenção federal no Rio de Janeiro, o secretário de Estado de Segurança, Richard Nunes, implementou novas regras de conduta para policiais civis e militares. O decreto foi publicado no Diário Oficial de 5 de outubro.


As normas estabelecem uma série de medidas que tem como objetivo a "preservação da vida, respeitando, além da lei, os princípios de proteção e promoção de direitos humanos".

Entre as novas diretrizes está a proibição de tiros a partir de helicópteros e o cuidado com a realização de ações policiais em locais próximos a escolas, creches, postos de saúde e hospitais, respeitando os horários de maior fluxo de pessoas. Além disso, ambientes públicos não podem mais ser utilizados como base policial para evitar que esses locais se tornem alvos de criminosos.


O relatório, produzido durante o Circuito de Favelas por Direitos, coordenado pela Ouvidoria Externa da Defensoria Pública do Estado do Rio, apontou violações divididas em cinco blocos — violação em domicílio, abordagem, letalidade provocada pelo Estado, operação policial e impactos.

Segundo o ouvidor-geral da Defensoria, Pedro Strozenberg, essas denúncias expõem o cotidiano perverso de medo e invisibilidade em que vivem as pessoas no Rio de Janeiro. Ele acrescenta ainda que “há um modus operandi na forma com que as comunidades são tratadas pelas forças de segurança”.

Assista ao vídeo:

*Estagiária do R7, sob supervisão de Diego Junqueira

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