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Rio: 1.400 militares fazem operação para desativar UPP São Carlos

Ação conta com participação de agentes das Forças Armadas e Polícia Militar; moradores relatam tiroteios no complexo de favelas

Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*

1200 militares das Forças Armadas participam da ação
1200 militares das Forças Armadas participam da ação

As Forças Armadas fazem na manhã desta quarta-feira (17) uma operação conjunta com a Polícia Militar no complexo do São Carlos, na região central do Rio de Janeiro. A ação, que dá sequência à desativação da UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) instalada no conjunto de favelas, conta com a participação de 1.200 militares e 280 PMs.

Os militares entraram nas comunidades pelos acessos do Estácio, Rio Comprido e Mineira. De acordo com o Comando Militar do Leste, o cerco na região é para estabilização da área, remoção de barricadas e cumprimento de mandados de prisão. Revistas seletivas de pessoas e veículos também são realizadas.

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A plataforma OTT-RJ (Onde Tem Tiroteio), que monitora disparos na capital e na região metropolitana do Rio, registrou tiros na região por volta das 5h.

Um homem, cuja identidade não foi revelada, foi baleado durante um confronto com a Polícia Militar. O Comando Militar do Leste informou que ele chegou a ser socorrido ao Hospital Souza Aguiar, também no Centro, mas não resistiu aos ferimentos.


Em um vídeo divulgado pela RecordTV, uma moradora, que preferiu não ser identificada, mostrou estilhaços de bala no chão e marcas de tiro na janela e na parede da sala, no terceiro andar da casa. Ela acusou a polícia de disparar contra residências. "A polícia estava aqui embaixo, atiraram para cima, estavam atirando para a casa dos moradores", disse.

Mãe de três filhos pequenos, a mulher desabafou: "Graças a Deus nesse horário estava todo mundo dormindo. Mas é perto das crianças irem estudar. E se tivesse alguém aqui?".


No dia 28 de agosto, um homem foi morto durante a primeira operação da Polícia Militar para desativar a UPP São Carlos. Segundo a polícia, a medida vai levar a uma melhor distribuição do efetivo, aumento do policiamento e segurança dos policiais.

Oito meses de intervenção federal


A ação desta terça se insere no contexto da intervenção federal na segurança pública do Estado, que completou oito meses na terça-feira (16).

Desde fevereiro, quando a medida entrou em vigor, foram realizadas 535 operações monitoradas no Estado a um custo de R$ 16 milhões. De acordo com o Observatório da Intervenção, essas ações empregaram 193 mil agentes das Forças de Segurança e apreenderam 617 armas — média de 1,1 arma por operação.

Entre fevereiro e outubro deste ano, o número de tiroteios no Estado aumentou 59% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o Fogo Cruzado.

No mesmo período, o número de pessoas mortas pela polícia aumentou 42%, chegando a 1.024. Já os homicídios dolosos (-3,2%), roubos de veículos (-6,8%) e roubos de rua caíram (-0,04%), segundo o ISP-RJ (Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro). 

O R7 procurou o Gabinete de Intervenção e a Secretaria de Segurança para comentarem os números, mas não teve resposta até a publicação da matéria.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Diego Junqueira

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