Nomes dos irmãos Brazão foram entregues pelo atirador Ronnie Lessa em delação premiada
Chiquinho e Domingos Brazão já estão presos e serão transferidos para Brasília ainda neste domingo (24)
Rio de Janeiro|Do R7
Em janeiro deste ano, o ex-policial militar Ronnie Lessa, o homem que fez os disparos contra Marielle Franco e Anderson Gomes em 2018, fechou um acordo de delação premiada com a Polícia Federal. E, em depoimento, ele entregou os nomes dos irmãos Chiquinho e Domingos Brazão, como sendo os mandantes da morte da vereadora carioca, informação revelada pelo blog Quarta Instância.
Chiquinho, hoje deputado federal, na época da morte de Marielle era vereador na cidade do Rio de Janeiro. Domingos Brazão é conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (RJ) e era ainda secretário municipal da Ação Comunitária da prefeitura do Rio, cargo do qual pediu exoneração em fevereiro após os rumores de seu envolvimento no caso Marielle.
Após a delação de Lessa, seus advogados — Bruno Castro e Fernando Santana — abandonaram o caso. Em nota, os profissionais disseram que “por ideologia jurídica, nosso escritório não atua para delatores” e que “não atuar para delatores é uma questão principiológica, pré-caso, e nada tem a ver com qualquer interesse na solução ou não de determinado crime”. Afirmaram ainda que "desde o primeiro contato deixamos claro que ele não poderia contar com o escritório caso tivesse interesse em fechar um acordo de delação premiada".
No último dia 19 de março, Ricardo Lewandowski, ministro da Justiça, fez o anúncio de que Alexandre de Moraes, do STF, havia homologado a delação de Lessa. Segundo o que disse Lewandowski naquele dia, o caso de Marielle estava muito próximo de sua solução. "Em breve teremos os resultados daquilo que foi apurado pela competentíssima PF que em um ano chegou a resultados. Nós sabemos que esta colaboração premiada, que é um meio de obtenção de provas, traz elementos importantíssimos que nos levam a crer que brevemente teremos a solução do assassinato da vereadora Marielle Franco. Este é, portanto, o momento processual que gostaríamos de tornar público", disse.
A vereadora e o motorista foram assassinados em 14 de março de 2018, no Rio de Janeiro. O carro em que Marielle estava — e que era conduzido por Anderson — foi alvejado por 13 tiros no centro da cidade. Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são acusados de matar a vereadora.
Em fevereiro, o dono de ferro-velho Edilson Barbosa dos Santos, conhecido como Orelha, foi preso sob acusção de ajudar os assassinos a se desfazerem do carro usado no crime. Segundo as investigações, Orelha fez o desmanche e descartou o veículo usado por Ronnie e Élcio.