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PF cumpre quase 300 mandados no RJ em ações de combate ao tráfico

Operações contam com participação de mais de 600 policiais federais e militares; esquema investigado envolveria policiais militares e traficantes 

Rio de Janeiro|Rayssa Motta, do R7*

Agentes deixam a sede da Polícia Federal no Rio
Agentes deixam a sede da Polícia Federal no Rio Agentes deixam a sede da Polícia Federal no Rio

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (16), no sul do Rio de Janeiro, as Operações Síderos e Confinados de combate ao tráfico de drogas. Os agentes cumprem 191 mandados de busca e apreensão e 100 mandados de prisão preventiva expedidos pela 2ª Vara Criminal em Volta Redonda.

As ações contam com 310 policiais federais, 38 agentes da Coordenadoria de Segurança e Inteligência do MPRJ (Ministério Público do Rio de Janeiro) e cerca de 300 policiais militares.

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As investigações tiveram início após a fase final da Operação Camará, no segundo semestre de 2017. Os dados coletados indicaram a existência de ramificações da quadrilha investigada nos municípios de Volta Redonda, Itatiaia e Resende, também no sul fluminense, e na capital.

Segundo o inquérito, os suspeitos remetiam valores da chamada "caixinha" para Resende, onde é baseada a liderança sul fluminense de um grupo criminoso que opera vinculado a uma facção criminosa de tráfico de drogas e de armas no Estado do Rio de Janeiro.

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Em Resende, a quadrilha atuava nas localidades Divisa, Belmonte, Jardim Belmonte, Retiro, Água Limpa e Siderlândia. Além disso, o grupo enviava carregamentos de drogas e armas para a capital do Estado.

Policiais militares envolvidos

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De acordo com o MPRJ, o esquema envolveria 32 policiais militares do 28º BPM (Volta Redonda), acusados de receber propina em troca da permissão ao comércio de drogas nas três cidades.

"Ao longo das investigações, que resultaram em apreensões de armas e drogas, interceptações telefônicas revelaram que os grupos de traficantes desempenham suas ações ilícitas graças à conivência de policiais lotados no 28º BPM que, em contrapartida, recebem dinheiro fruto de comércio que, na verdade, deveriam coibir", escreveu o MPRJ.

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Em um trecho da denúncia, policiais teriam questionado os traficantes sobre o comércio de drogas na região, apreendendo a carga de entorpecentes. No entanto, na sequência, os próprios policiais teriam devolvido o material apreendido, após o pagamento de R$ 1.500 aos próprios PMs. A denúncia aponta ainda um episódio em que um traficante lamenta pela carga apreendida que transportava. Neste caso, o policial cobrou R$ 5.000 para liberação do material. Em outro episódio, o valor pago a um policial militar para o resgate das drogas foi de R$ 500. Também há relatos sobre o pagamento de propina quinzenalmente para os policiais.

Em entrevista à RecordTV, o promotor Fabiano Oliveira afirmou que os PMs recebiam valores semanais ou quinzenais.

"Em outros casos, foram identificadas situações em que, diante de uma grande apreensão de drogas ou da prisão de alguém importante, eles negociavam valores ainda mais altos", explicou o promotor.

Além da venda de drogas, sem repressão, a ação combinada entre policiais corruptos e traficantes teria resultado em outros desdobramentos, como a indicação para voto em político de interesse do tráfico e homicídios.

As provas obtidas pela PF foram robustecidas com apreensões de drogas, armas e munições nos últimos meses. A polícia apontou também o uso de menores para atuar no tráfico de drogas.

Os presos responderão, na medida de suas participações, sobretudo pelos crimes de tráfico de drogas e associação para o tráfico. No decorrer da investigação, foram elucidados ainda dois homicídios, em Resende e em Volta Redonda, praticados por membros da organização criminosa.

*Estagiária do R7, sob supervisão de Diego Junqueira

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