Polícia do Rio calcula prejuízo de R$ 15 milhões ao tráfico durante apreensões em megaoperação
Secretário disse que 'não adianta' somente prender e considerou o prejuízo financeiro uma forma de atingir a organização criminosa
Rio de Janeiro|Do R7, com Record TV Rio
A Polícia Civil calcula que as apreensões durante a megaoperação desta segunda-feira (9), nos complexos da Penha e Maré, além da Cidade de Deus, zonas norte e oste do Rio, tenha resultado em um prejuízo de R$ 15 milhões para a maior facção criminosa que atua no estado.
A ação, que havia prendido nove suspeitos até o último balanço, divulgado às 12h, encontrou 100 kg de pasta-base de cocaína em um galpão na Vila Cruzeiro, na Penha, e estourou um laboratório clandestino de refino de drogas e fabricação de materiais explosivos no Parque do União, na Maré.
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Um dos alvos da ação seria um dos envolvidos no assassinato de três médicos em um quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste, na semana passada, supostamente por engano.
Ao ser questionado sobre a importância de prender lideranças do tráfico, o secretário da Polícia Civil, José Renato Torres, disse que "somente prender não adianta" e considerou o prejuízo financeiro uma forma de atingir a organização criminosa.
"Mais importante do que prender esses bandidos, que ao longo do tempo acabam assumindo essas chefias — e aí, se você prender, vem outro, e outro, O importante é desarticular essas quadrilhas através da lavagem de dinheiro, como esse prejuízo que demos de mais de R$ 15 milhões. Descobrir onde estão empregando esse dinheiro arrecadado ilicitamente com drogas, humilhando as famílias por obrigar a pagar determinada taxa para morar. Então, temos que rastrear o dinheiro. E aí, vamos levar à falência esse crime muito rapidamente. Prender somente não adianta. Já se provou ao longo de décadas que eles são substituídos rapidamente. Mas vamos, sim, prender. Ninguém vai ficar impune diante das forças policiais", disse em entrevista à Record TV Rio.
Helicópteros atacados
Logo no início da operação, helicópteros das polícias Civil e Militar foram atacados a tiros por criminosos armados na Maré. Uma das aeronaves foi obrigada a fazer um pouso forçado.
58 celulares apreendidos em cadeia
Paralelamente à ação nas comunidades, o governo do estado também fez uma varredura que terminou com a apreensão de 58 celulares nos presídios de Bangu 3 e 4, no Complexo de Gericinó. O objetivo era evitar a troca de informações entre detentos e chefes do tráfico.
A Seap (Secretaria de Administração Penitenciária) apura se presos fizeram uma videoconferência com traficantes da Vila Cruzeiro, na semana passada, para determinar a execução dos assassinos dos médicos, em razão da repercussão do caso.
Balanço da operação
• Aproximadamente 100 kg de pasta-base de cocaína foram apreendidos num galpão próximo à Vila Cruzeiro. A carga é avaliada em aproximadamente R$ 12 milhões;
• Mais de meia tonelada de maconha e drogas sintéticas apreendidas;
• 16 veículos recuperados;
• 9 presos (3 em flagrante e 6 por mandados de prisão);
• 1 fuzil 7.62 apreendido e um simulacro de arma;
• Dezenas de carregadores e centenas de munições de diversos calibres;
• Dezenas de artefatos explosivos;
• Diversos radiocomunicadores;
• Dois laboratórios de drogas e artefatos explosivos (Nova Holanda e Parque União). Grande quantidade de material utilizado para embalar drogas;
• 29 toneladas de barricadas retiradas da Maré;
• Além das apreensões feitas pela Polícia Penal de 58 aparelhos celulares e 1 quilo de entorpecente em ação de vistoria em Bangu 3 e Bangu 4.