Sobe para 31 número de ônibus queimados em protestos no Rio em 2014; prejuízo passa de R$ 10 mi
Cada coletivo queimado representa prejuízo de R$ 350 mil; empresas não têm seguro
Rio de Janeiro|Do R7

Já virou quase uma regra no Rio de Janeiro em 2014. Onde há protestos, por quaisquer motivos, são grandes as chances de haver ônibus queimados. O prejuízo de descontar a ira sobre os coletivos já passa de R$ 10 milhões. Quem paga a conta são as concessionárias, já que não há seguro para cobrir incêndios criminosos.
Nesta sexta-feira (11), após a desocupação do prédio da empresa Oi tomado por invasores na zona norte do Rio, manifestantes puseram fogo em quatro ônibus em diferentes pontos da cidade. Outros 11 foram apedrejados, sendo que alguns foram atingidos apenas parcialmente por fogo.
Com isso, subiu para 31 o número de ônibus destruídos por incêndios somente em 2014 no Estado do Rio, sendo 28 na capital fluminense. Cada veículo novo tem custo estimado de R$ 350 mil. No ano passado, durante a série de confrontos em manifestações de rua, cinco ônibus pegaram fogo. Em 2012, apenas um entrou em chamas.
O primeiro veículo destruído nesta sexta-feira foi da linha 629 (Saens Peña-Irajá), no começo da manhã, no Engenho Novo. Depois, os manifestantes atacaram um coletivo da linha 350 (Irajá-Passeio) na rua Leopoldo Bulhões. Em seguida, dois veículos do consórcio Intersul foram incendiados: um da linha 476 (Méier-Leblon), na rua Francisco Siqueira, e outro, de numeração não divulgada, na rua Vigilante Serafim.
A Rio Ônibus, empresa que administra o serviço no Rio, divulgou uma nota de repúdio aos protestos. Em um trecho, a concessionária afirma: “Os ataques provocam também impacto no sistema de transporte, prejudicando a população com a redução da oferta de ônibus. A reposição de veículos destruídos pode levar até 90 dias, prazo para a compra, a fabricação e a entrega de novos ônibus”.
Além dos quatro ônibus, também foram incendiados dois caminhões e uma viatura da PM nesta manhã. Carros de equipes de TV e um ônibus da Comlurb foram alvo de pedradas. A ação policial começou por volta das 5h. Além da confusão em frente ao prédio ocupado, manifestantes se juntaram em grupos e organizaram atos em algumas regiões. Policiais militares detiveram um grupo que tentou saquear um supermercado.