Traficante da comunidade onde meninos desapareceram é preso
Gerente do tráfico, conhecido como "Petróleo", teria torturado morador do Castelar para forjar culpa no desaparecimento
Rio de Janeiro|Rafaela Oliveira, do R7*
A Polícia Civil prendeu, nesta quinta-feira (11), um gerente do tráfico de drogas da comunidade Castelar, em Belford Roxo, Baixada Fluminense. Segundo as investigações, o homem conhecido como "Petróleo" torturou um morador para forjar o envolvimento no sumiço de Lucas Matheus, Alexandre e Fernando Henrique.
O trabalho de inteligência da polícia mostra que o criminoso também determinou que outros traficantes levassem a vítima torturada até a delegacia que investiga o caso, onde incentivaram que moradores fizessem uma manifestação. Na ocasião, no dia 12 de janeiro, um ônibus foi incendiado.
Contra "Petróleo", havia um mandado de prisão preventiva pelo crime de tortura. A captura aconteceu em Santa Cruz da Serra, Duque de Caxias. Ele já tinha três anotações criminais por tráfico de drogas e uma por porte ilegal de arma de fogo.
Ainda segundo os agentes, o traficante teria fugido do Castelar jurado de morte pela cúpula da facção criminosa que domina a região.
Nas últimas semanas, outros criminosos da mesma organização foram presos por envolvimento na morte das crianças, desaparecidas desde o dia 27 de dezembro de 2020.
No dia 14 de outubro, um traficante foi preso enquanto se deslocava da comunidade Rola Bosta, também em Belford Roxo. Já na última terça-feira (9), "Vitinho" foi detido como o mandante do assassinato dos três meninos, em Cabo Frio, na região dos Lagos.
Desaparecimento
Lucas Matheus, 9, Alexandre Silva, 11, e Fernando Henrique, 12, saíram para brincar perto de casa. A família estranhou a demora deles em retornar, passada a hora do almoço. Com quase 11 meses do desaparecimento, a polícia trabalha com a hipótese de que eles tenham sido vítimas do chamado "Tribunal do Tráfico".
Os meninos teriam furtado passarinhos na comunidade do Castelar. Na tortura das crianças como forma de punição, uma delas não teria resistido aos ferimentos, o que levou à morte das outras duas, em uma queima de arquivo.
A Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense investiga o caso, junto à força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro.
*Estagiária do R7, sob supervisão de PH Rosa