Após receber mais de R$ 7.000, dono de Fusca incendiado em SP agradece apoio popular

Cinco dias após ver o seu Fusca 1975 ser destruído pelo fogo, o serralheiro Itamar Sebastião dos Santos, de 55 anos, está feliz com o apoio popular que vem recebendo. Ele já recebeu mais de R$ 7.000 em depósitos, feito na sua conta bancária, de pessoas que ficaram tocadas com o ocorrido durante o ato contra a Copa do Mundo, ocorrido no último sábado (25) em São Paulo.

O risco de morrer que Santos e a família correram quando um colchão em chamas se prendeu ao carro, tomando-o rapidamente na região da Praça Roosevelt, no centro da capital paulista, só não é maior que a alegria demonstrada pelo serralheiro, em conversa com a reportagem do R7 nesta quinta-feira (30). Ainda tentando retomar a normalidade, ele voltou a dizer que se sente uma pessoa de sorte.

— Fico alegre e contente com o povo me ajudando, se comovendo para me ajudar. Não canso de falar que não mereço tudo isso que estão fazendo. São pessoas muito bacanas mesmo, eu falo que não mereço isso. Mas agradeço muito (...). As pessoas ficam me parando na rua, perguntam o que aconteceu e eu conto. Mas estou tranquilo, sossegado. Sei que as pessoas são solidárias e bacanas, então a gente fica satisfeito porque quem não gosta de saber que tem quem se preocupe com a gente, não é? Muitos ligam para tentam ajudar, para oferecer carro se eu estiver precisando, é parente, todo mundo está querendo me ajudar.

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Enquanto deixa a parte financeira toda sob os cuidados da mulher, Cida dos Santos – “ela que toma conta de tudo, não sei nem se ainda sei mexer no banco, afirma” –, o serralheiro já pensa em comprar um carro novo. O dinheiro recebido com apoio popular já é suficiente para comprar um veículo até melhor do que o Fusca perdido durante o protesto em São Paulo, mas ele é modesto e garante não ter preferência.

— Só não comecei a ver isso ainda porque falaram que era bom aguardar um pouco, mas rapidinho vou ver um carrinho para mim porque eu preciso mesmo. Qualquer carro, não tenho preferência. O que aparecer está bom para mim. Se eu conseguir (algo melhor) claro que eu agradeço, mas não que estou buscando isso. Até um outro Fusca, bonzinho, já estou satisfeito. O importante é alguma coisa para circular e está bom já.

Se ajuda de “vaquinha” vier, ótimo

Além dos depósitos diretos em sua conta bancária, Itamar dos Santos disse ter ciência que existem pessoas realizando arrecadações – as chamadas “vaquinhas” – pela internet, a fim de ajudar na arrecadação de dinheiro para ajudá-lo a comprar outro carro. Contudo, o serralheiro afirmou não ter detalhes sobre isso e não se preocupar com os objetivos dessas ações. Em apenas um site do gênero, a reportagem encontrou pelo menos seis “vaquinhas” voltadas ao auxílio a Santos.

— Se estão querendo se promover ou não, se vão me ajudar ou não, não estou sabendo. Para dizer a verdade, nem estou preocupado com isso. Se estão fazendo para se promover, é com eles isso, eu não tenho nada a ver. Se estão fazendo para me ajudar também é por conta deles, porque eu não pedi, mas eles estão dizendo que querem me ajudar, aí é com eles. Se quiserem, também não sou nenhum bobinho, a pessoa vem aqui me trazer alguma coisa e eu vou dar uma de orgulhoso? Também não sou ingênuo nessa parte.

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Ele completa:

— Veja bem, eu falei que não queria que ninguém fizesse isso. Aí continuaram ligando, aí falei que não estava pedindo nada, mas se querem ajudar, que Deus abençoe vocês. Então que começou, entrou o número da minha conta no banco, e foi o que aconteceu.

Santos aproveitou ainda para deixar uma mensagem de agradecimento a todos que se preocuparam com ele e com a sua família. Sempre esbanjando simplicidade e modéstia.

— A minha mensagem para todo o povão aí, mulheres, homens, todo mundo que está me ajudando, é que estou muito comovido e satisfeito. Não esperava todo esse carinho, esse amor ao próximo. Sei que o povo brasileiro é bom. A minha mensagem é agradecer, que Deus abençoe a todos e que ganhem em dobro o que estão me dando. Tem pessoas aí no meio que devem ter R$ 100 no bolso e acabam dando R$ 50 para ajudar. Então eu agradeço, fico muito comovido com a ajuda de todos, do fundo do coração.