O filho de Cristian Cravinhos, que tinha apenas três anos de idade quando o pai foi preso pela participação no assassinato dos pais de Suzane Von Hichthofen, crime que chocou o país em 2002, move um ação na Justiça em que pede uma anulação de paternidade.
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Hoje com 21 anos, o rapaz está decidido a cortar qualquer ligação com Cravinhos, a começar pela retirada dos dados paternos de todos os seus documentos. Além da brutalidade cometida pelo pai, ele sofre com o constrangimento de ser o filho de um assassino.
Condenado a 38 anos de prisão, Cristian deixou a cadeia em 2017 para cumprir o regime aberto e voltou menos de oito meses depois, após agredir a esposa e subornar policiais.
Crisitan Cravinhos foi condenado a 38 anos de prisão
Reprodução/Record TVDe acordo com informações da Record TV, na ação, o garoto alega passar por diversos constrangimentos por causa do pai.
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O processo de desconstituição de paternidade corre em segredo de justiça. Em 2009, o filho conseguiu trocar o nome dele por decisão judicial. Mas, agora, além de não ter mais o nome do pai nos documentos, o jovem quer anular qualquer dever jurídico da relação pai e filho. Isso quer dizer que ele abre mão de receber pensão ou eventual herança.
"A pessoa pode socorrer de um direito geral de cautela e ir ao poder judiciário e alegar que, na situação dele, dentro dessa especificidade de ele ser filho de uma pessoa que foi condenada pela Justiça e cumpriu pena, tem direito de [...] retirar, modificar, ou de apenas de excluir parte do seu nome de família. É esse nome que leva o peso de uma condenação criminal", diz Ivana David, desembargadora que, na época, era a juíza que decretou a prisão dos cravinhos e de Suzane.
O filho alega, ainda, que nunca recebeu qualquer ajuda material ou apoio afetivo do pai, nem mesmo antes do crime. David afirma que, nessa situação, o menino precisa, sim, se proteger. "O nome Cravinhos não é um nome tão comum, na época foi um crime bárbaro [...] ele acaba sofrendo consequências morais e, inclusive, psicológicas".
A desembargadora explica ainda que a família não pode ser penalizada por um crime que não cometeu. "A Constituição Federal exposa um conceito, uma garantia de que a pena não pode passar da pessoa do réu."