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Empresário que matou policial nos Jardins já foi preso e tinha drogas em casa

Rogério Saladino, de 56 anos, era presidente de um laboratório e também acabou morto pelo colega da investigadora

São Paulo|Isabelle Amaral, do R7

Rogério Saladino tinha 56 anos e foi morto por um policial após atirar em uma investigadora
Rogério Saladino tinha 56 anos e foi morto por um policial após atirar em uma investigadora

O empresário Rogério Saladino dos Santos, de 56 anos, que morreu após assassinar uma investigadora da polícia a tiros em frente de casa, nos Jardins, zona oeste de São Paulo, respondeu por assassinato e agressão em 1989, quando chegou a ser preso por homicídio.

No sábado (16), dia em que aconteceu a tragédia, ocorria uma festa na mansão de Santos. Segundo a polícia, foram encontradas maconha, haxixe e drogas sintéticas no local, além de grande quantidade de bebidas alcoólicas, consumidas durante a celebração.

Em nota, a família de Saladino afirmou que o empresário informou que a prisão do empresário foi devido a um atropelamento ocorrido há mais de 25 anos, "no qual ele prestou imediato socorro à vítima e assistência à família". "Rogério sempre foi um empresário respeitado na área de medicina de diagnóstico, um grande empregador admirado por todos seus colaboradores, fornecedores e clientes", escreveu — veja a nota na íntegra abaixo.

No boletim de ocorrência registrado pelos agentes consta ainda que foram encontradas armas em uma gaveta do closet do empresário.


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"Localizamos 32 munições calibre ponto 380 e cinco munições calibre ponto 45, além de um carregador para cada calibre. Nessa mesma gaveta havia aproximadamente 20 invólucros contendo o que aparentavam ser substâncias entorpecentes: maconha, haxixe e drogas sintéticas", diz o relato.

Santos era sócio-presidente do Grupo Biofast, laboratório que realiza exames de análises clínicas e imagem. Segundo a Abramed (Associação Brasileira de Medicina Diagnóstica), a Biofast tem dez unidades de coleta e sete hospitais espalhados por São Paulo, Bahia e Ceará.

O empresário namorava a modelo Bianca Klamt, de 37 anos, que lamentou a morte do companheiro nas redes sociais. "Meu coração está em prantos. Ainda não acredito nisso, te amo eternamente", escreveu ela, em uma publicação com uma foto dos dois.

O que aconteceu?

Milene Bagalho Estevam com a filha: ela era investigadora da Polícia Civil e tinha 39 anos
Milene Bagalho Estevam com a filha: ela era investigadora da Polícia Civil e tinha 39 anos

Segundo testemunhas, Milene Bagalho Estevam, de 39 anos, investigava no sábado (16) um furto ocorrido nas imediações da mansão do empresário no dia anterior. Ela buscava imagens de câmeras de segurança e estava companhada de um colega, também policial.

Na casa do empresário, ocorria uma festa, com grande consumo de bebidas alcoólicas e presença de drogas, segundo o boletim de ocorrência.

Quando a investigadora se aproximou para pedir as imagens da câmera de segurança, Santos desconfiou de que ela e seu parceiro eram assaltantes e abriu fogo contra os agentes. A policial foi atingida no peito — assista ao vídeo abaixo.

Vizinhos ouviram ao menos nove tiros. O policial que acompanhava Milene reagiu, atirou e atingiu o dono da casa. Um funcionário dele pegou a arma caída para atirar nos agentes, mas também foi alvejado.

A investigadora chegou a ser levada ao pronto-socorro da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, mas não resistiu. Os dois homens, o empresário e o segurança dele, baleados pelo colega da policial, morreram no local.

O caso está sendo investigado pelo DHPP (Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa).

A reportagem não havia conseguido contato com a família de Saladino nem com a Biofast até a conclusão deste texto.

Veja a nota da família Saladino na íntegra: 

"A família do empresário Rogério Saladino vem a público prestar alguns esclarecimentos relativos à trágica ocorrência de sábado,16, que lamentavelmente, ceifou a vida da policial Milene Estevam, do colaborador Alex James e do próprio Rogério.

Como já foi amplamente divulgado, no dia dos fatos, Rogério recebia seis amigos em sua residência para um pequeno almoço de confraternização. Determinado momento, por volta das 18h30, Rogério foi alertado por um de seus colaboradores que tudo indicava que estavam sendo alvo de um assalto. Alarmado com o fato de que a residência do seu vizinho havia sido assaltada no dia anterior, Rogério, supondo situação de legítima defesa, desferiu dois tiros para o alto, abriu o portão da garagem, e desferiu o tiro que veio a vitimar fatalmente a policial Milene.

Na sequência, o próprio Rogério foi atingido e caiu no interior da garagem. Em seguida, segundo relatos, o colaborador Alex, também em situação de possível legítima defesa, se apropriou da arma que se encontrava no chão com intuito de defender Rogério, os amigos que se encontravam no interior da casa e sua própria vida; porém, acabou sendo ele próprio o alvo de outros disparos efetuados pelo policial que acompanhava Milene na operação, culminando com a morte de ambos.

O medo de assaltos instaurado na região tampouco é novidade. O funcionário Alex tinha suas razões para imaginar que seria mais um caso. Rogério acreditou que seria ele a nova vítima do roubo e procurou proteger a si mesmo e seus convidados, mesmo diante do perigo que estaria por vir.

Nem Rogério e nem Alex eram conhecidos como pessoas violentas, pelo contrário. As ocorrências pretéritas noticiadas não esclarecem os casos como deveriam. Uma se refere a um atropelamento ocorrido há mais de 25 anos, no qual Rogério prestou imediato socorro à vítima e assistência à família; a outra, um suposto crime ambiental solucionado por meio de um ajuste de conduta com a justiça do município de Natividade da Serra, interior de São Paulo.

Rogério sempre foi um empresário respeitado na área de medicina de diagnóstico, um grande empregador, admirado por todos seus colaboradores, fornecedores e clientes.

De boa-fé, acreditamos que as circunstâncias não foram favoráveis a nenhum dos envolvidos. Esperamos, com a mesma sinceridade, que a Secretaria de Segurança Publica possa avaliar com costumeiro cuidado e diligência o caso, revendo seus controles para que episódios tão lamentáveis como este, que acabaram por vitimar pessoas do bem, não se repitam. Fica nosso luto por Milene, Alex e Rogério."

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