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Escola da zona oeste de SP está sem aulas desde o dia 10 após chuvas

EMEF Dilermando Dias dos Santos, na Vila Hamburguesa, tem problemas no muro de contenção e em algumas vigas e está interditada pela Defesa Civil

São Paulo|Joyce Ribeiro, do R7

Escola teve as vigas de sustentação danificadas após o temporal do dia 10
Escola teve as vigas de sustentação danificadas após o temporal do dia 10

Setecentos alunos da EMEF (Escola Municipal de Ensino Fundamental) Dilermando Dias dos Santos, na Vila Hamburguesa, zona oeste de São Paulo, estão sem aulas desde o dia 10 de fevereiro, quando as fortes chuvas castigaram a cidade, em especial a região da Vila Leopoldina. O prédio foi interditado pela Defesa Civil pelo risco de desabamento.

Carlos Alexandre Beraldo é pai de Ana Júlia, de 8 anos, aluna da 3ª série. Ele explica que, além do prejuízo ao aprendizado, ele também precisa pagar uma cuidadora para ficar com a criança: "A mãe é vigilante e trabalha dia sim, dia não. Eu trabalho em obras, pago R$ 25 por dia para uma mulher ficar com ela porque a gente não tem com quem deixar e precisa trabalhar".

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Ele é também presidente da Associação de Moradores e representa três comunidades do entorno da EMEF e garante que ao menos 400 moradores estão sem aulas. Segundo Carlos Alexandre, o prédio principal da escola está intacto, mas algumas vigas de sustentação foram comprometidas assim como um muro de contenção, que apresenta rachaduras. No bosque, ao menos seis árvores foram recentemente removidas por equipes da prefeitura porque poderiam cair sobre a escola. 


A escola está fechada e a área mais prejudicada é a do pátio. A expectativa de pais e professores é de que aulas sejam retomadas na próxima semana, mas nenhum comunicado oficial foi recebido até agora.

Uma professora relatou ao R7 que houve uma mobilização para agilizar a reforma e obras estão em andamento no prédio para que o pátio possa ser reocupado em segurança.


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No dia 20, alunos realizaram um protesto e pediram o retorno das aulas
No dia 20, alunos realizaram um protesto e pediram o retorno das aulas

Mobilização


Na quinta-feira (20), alunos da EMEF protestaram em frente ao colégio com faixas e também realizaram uma manifestação em frente à sede da Prefeitura de São Paulo. Os estudantes pedem o retorno das aulas. Os pais cobram uma solução ou até mesmo a transferência dos alunos para outras instituições.

Mayara Cristina é mãe de Rafael Henrique, aluno da 3ª série, e conta que, na ausência de aulas, o filho fica no CCA (Centro para Crianças e Adolescentes) das 8h às 11:30. "Depois disso, eu que fico com ele. É ruim porque não posso sair de casa para resolver minhas coisas e nem ir procurar emprego enquanto as aulas não retornam", revelou Mayara.

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A situação na escola foi retratada em um ofício enviado ao Grupo de Atuação Especial do Ministério Público de São Paulo pelo vereador Celso Giannazi (PSOL) na sexta-feira (21). No documento, o parlamentar faz uma representação contra a prefeitura e elenca outras unidades de ensino com problemas, como a EMEF Ulysses da Silveira Guimarães, que foi interditada parcialmente após surgimento de cratera no chão e o CEU Paz, que tem a piscina interditada há anos.

De acordo com o vereador, o cenário encontrado nas unidades de ensino é resultado do baixo investimento da prefeitura em reformas preventivas das escolas. "Ocorre que em apenas 2 dos 10 últimos anos a somatória do investimento em manutenção preventiva das Unidades Educacionais da cidade de São Paulo foi de apenas 1%, e muitas escolas não receberam esta verba", escreveu no documento.

Na representação, Celso Giannazi destacou ainda: "A falta de investimento acarretou em sérios danos aos bens imóveis públicos. A legislação contábil estipula uma taxa de depreciação de imóveis de 4% ao ano, sendo esse um valor mínimo para a manutenção dos bens imóveis do município, que o poder público não investiu".

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Equipes da prefeitura removeram 6 árvores que poderiam cair sobre escola
Equipes da prefeitura removeram 6 árvores que poderiam cair sobre escola

Outro lado

A DRE (Diretoria Regional de Educação) Pirituba informou que as aulas na EMEF Dilermando Dias dos Santos serão retomadas na primeira semana de março. A Secretaria Municipal de Educação afirmou que nenhum aluno será prejudicado e os 200 dias letivos previstos na Lei de Diretrizes e Bases (Lei nº 9.394/96) serão cumpridos.

Sobre a EMEF Ulysses da Sylveira Guimarães, a DRE Capela do Socorro informou que houve erosão em um terreno ao lado da escola e que não há prejuízo ao atendimento aos alunos. A DRE Freguesia/Brasilândia informa que a Divisão de Obras da Secretaria Municipal de Educação em conjunto da Subprefeitura e Defesa Civil estão elaborando um novo projeto para a piscina do CEU Paz.

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