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"Eu tô presa e vivo com medo", diz mulher que recebeu bomba em SP

Edileuza Ramalho recebeu alta, mas não pretende voltar para casa com receio de que o suspeito, que está foragido, apareça

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Edileuza Cardoso Ramalho dos Santos, de 49 anos, recebeu alta médica e falou com a Record TV. Já em casa, ela não vai revelar o endereço com medo de que o ex-namorado apareça. Ele teve a prisão temporária decretada pela Justiça depois que enviou o presente-bomba à vítima. "Vivo com medo, né? Chama no portão, eu não tenho coragem de ir ver. Eu não quero nem ficar no escuro. Eu tenho que ver o que tá na minha volta. Ouço barulho de moto ou carro, já acho que ele tá chegando", revela.

Depois de nove dias internada, ela deixou o hospital de Francisco Morato, na Grande São Paulo, na tarde desta quinta-feira (14). Ainda com curativos na barriga e no braço, ela mostra as marcas das queimaduras, que estão secando. Ela também teve a audição comprometida e perfurações nos ouvidos e não está descartada a realização de cirurgia.

O ex-namorado da vítima, com quem se relacionou por seis meses, e que teria planejado e executado o crime, ainda é procurado pela polícia.

"Enquanto ele tá solto, eu tô presa. Presa nos meus medos, nas minhas dores. Tenho que tomar calmante e antidepressivo enquanto ele toma cerveja. Não acho justo isso", conta Edileuza.

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O mesmo pensamento tem o filho da vítima: "Enquanto ele não tiver preso, a gente não vai ter paz. Nem no portão ela vai sair".

Amedrontada, Edileuza chora e afirma que não quer mais voltar para casa em Francisco Morato, onde vivia e recebeu o pacote.

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Segundo ela, o relacionamento chegou ao fim porque ele mentiu que estava se separando da mulher e Edileuza "não quis ser sua amante".

Edileuza se recupera em casa das queimaduras e ferimentos e mantém endereço sob sigilo
Edileuza se recupera em casa das queimaduras e ferimentos e mantém endereço sob sigilo Edileuza se recupera em casa das queimaduras e ferimentos e mantém endereço sob sigilo

Investigação

O caso é investigado como tentativa de homicídio qualificado. A expectativa era que o suspeito se entregasse à polícia, o que não aconteceu até o momento. O homem também não foi localizado pelas equipes, que continuam em diligências.

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Desde o início, a família de Edileuza suspeitava do ex-companheiro da vítima. Ela havia terminado o relacionamento e ele fazia ameaças por e-mail.

Edileuza recebeu um buquê de rosas com um cartão e uma caixa que, ao ser aberta, explodiu causando ferimentos no corpo e destruição de parte da residência.

De acordo com o boletim de ocorrência, por volta das 11h de terça-feira (5), um dos filhos de Edileuza recebeu a encomenda em casa, na avenida Ulisses Guimarães, no Jardim Rosa, em Francisco Morato.

Segundo o filho, o pacote foi entregue por um motoboy. Após receber a encomenda, o filho tirou uma foto e enviou para a mãe. Edileuza estava viajando com o atual namorado.

De acordo com Jhonata Cardoso dos Santos, de 27 anos, o ex-namorado da mãe havia procurado por ela, demonstrando ciúmes pelo atual namoro.

Presente-bomba

Por volta das 20h, quando chegou em casa, Edileuza decidiu abrir a encomenda, que estava em cima da mesa da cozinha. Ao desembrulhar o pacote, a vítima observou a presença de fumaça e, na sequência, houve a explosão, que arrancou portas e parte do telhado da residência.

Com a explosão, a mulher ficou caída no chão da cozinha, consciente, com queimaduras no rosto, cabelo, tórax e barriga. Edileuza também sofreu ferimentos no olho direito, queixo, dedo e braço direito. A vítima foi socorrida até a Santa Casa de Francisco Morato.

No momento da explosão, Jhonata estava com a mãe. O jovem foi lançado a aproximadamente um metro de distância e teve escoriações leves no joelho e ouvido, mas não precisou ser internado.

O bilhete que acompanhava o pacote era assinado com o nome de um amigo da vítima. No entanto, a família acredita que ele não tenha qualquer envolvimento no caso e só foi escolhido pelo verdadeiro autor do crime para despistar e fazer com que ela abrisse o pacote com explosivos sem desconfiança.

A polícia já sabe que a bomba era caseira, feita com pregos, parafusos e arames, e foi preparada pelo próprio suspeito. Uma testemunha o viu preparar o que chamou de "gambiarra" nos fundos da casa.

Ainda no hospital, Edileuza disse ter certeza de quem enviou o artefato explosivo. "É um ex-namorado e não o pai dos meus filhos. A gente estava num relacionamento, mas era possessivo. Queria que mostrasse fotos para mostrar onde eu estava e mentiu sobre uma separação", conta.

A família faz uma campanha para arrecadar fundos e reformar a casa, que ficou destelhada, sem portas e com móveis danificados.

Mensagem

Em uma mensagem enviada a um dos filhos de Edileuza, o suspeito afirma não ter qualquer envolvimento com o caso. Ele disse que está de férias.

"Como está sua mãe? Na reportagem fala que o ex-marido mandou pacote bomba, perigoso isso. Ela tá falando que seria eu, não tenho nada a ver com essa história. Tô de férias", escreve.

O homem, no entanto, foi reconhecido por funcionárias da floricultura, responsável pelo envio do pacote à Edileuza.

A dona e uma funcionária do estabelecimento, localizado em Franco da Rocha, na Grande São Paulo, disseram que o suspeito esteve três vezes no local. A primeira visita foi para saber se era possível, além de encomendar flores, entregar junto um presente, que ele mesmo levaria. Dois dias depois, voltou. Escolheu o buquê de rosas, pagou e saiu para buscar a encomenda. Mais tarde, levou uma caixa com o suposto presente que, na verdade, guardava a bomba.

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