Governador de São Paulo diz que bloqueios em rodovias por caminhoneiros 'são inadmissíveis'
Rodrigo Garcia disse em coletiva de imprensa que mais de 40 pontos foram desobstruídos, mas ainda há 90 bloqueios no estado
São Paulo|Do R7
O governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), afirmou em coletiva de imprensa, nesta terça-feira (1º), que 40 pontos de bloqueios foram desobstruídos, mas ainda existem 90 pontos de paralisação por caminhoneiros que apoiam o presidente Jair Bolsonaro (PL) em todo o estado. "Não vamos admitir a obstrução de vias em São Paulo", afirmou.
Diversos pontos em rodovias e na marginal Tietê estão bloqueados por caminhoneiros que não aceitam a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nas eleições presidenciais desde a madrugada da segunda-feira (31). Garcia disse que desde segunda-feira (31) o governo montou um gabinete de gestão de crise organizado para acompanhar as manifestações.
"Procuramos dialogar e negociar com esses manifestantes para que as vias públicas fossem desobstruídas desde ontem. Hoje pela manhã, em virtude da decisão do STF, as negociações se encerram e, a partir de agora, vamos aplicar o que determina a decisão judicial."
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O governador disse ainda que São Paulo prevê multa no valor de R$ 100 mil por hora para cada veículo que estiver colaborando com a obstrução, se necessário, até mesmo o emprego do uso de força. "A Polícia de São Paulo está mobilizada desde ontem", disse ele. "Aqui há respeito à Constituição e à democracia", afirmou Garcia. Policiais civis e militares estão autorizados agir aplicar multas. Manifestantes podem, se necessário, poderão ser levados a delegacia para fichamento criminal.
O procurador-geral de Justiça, Mário Sarrubbo, destacou a criação de uma força-tarefa no Ministério Público de São Paulo para investigar bloqueios. Ele classifica a mobilização como uma organização criminosa que age contra a democracia.
As manifestações chegaram a interromper o acesso para o Aeroporto Internacional de Guarulhos, na cidade da região metropolitana de São Paulo, mas as vias foram liberadas após negociações da Polícia Rodoviária Federal. "Quero anunciar o desbloquio de Guarulhos. Estamos aplicando o que determina a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), não vai ser manifestação ou baderna que vai fazer com que a gente não respeite os resultados das urnas."
"Quero aqui fazer um apelo para essas manifestações se encerrem. Esperamos que as forças especiais de segurança não sejam necessárias. Já reconhecemos a vitória do presidente Lula e esperamos que aqueles que percam reconhecam e é o que todos nós esperamos do presidente Bolsonaro", afirmou o governador durante coletiva. "Nenhuma manifestação vai fazer com que a democracia brasileira retroceda".
Força-tarefa do Ministério Público
O procurador-geral de Justiça, Mário Sarrubo, afirmou que desde a tarde de segunda-feira (31) entrou em contato com a Secretaria de Segurança Pública. "Estamos sendo informados das ações tomadas pelas forças de segurança pública do estado para que se mantenham as vias públicas desobstruídas."
Ele disse ainda que foi criado um núcleo de ação integrada envolvendo os promotores da Promotoria de Habitação e Urbanismo, além do acionamento do Gaeco. "Trata-se de uma organização criminosa que está atentando contra o estado democrático de direito no Brasil, uma manifestação de desrespeito a vontade do povo brasileiro."
Sarrubbo disse ainda que as pessoas envolvidas deverão responder civilmente e criminalmente. "A promotoria de Habitação e Urbanismo poderá e deverá acionar organizações e pessoas físicas que colaboraram para esse tipo de bloqueio."
Garcia disse que a Polícia Militar age dentro do protocolo determinado. "Haverá fichamento criminal de resistência e eventuais prisões podem ocorrer. A PM está respaldada para agir dentro da lei. A polícia de São Paulo pode agir nas rodovias federais"
Ele lembrou ainda que os principais pontos de bloqueios são as rodovias Anhanguera, Bandeirantes, Castelo Branco, Raposo Tavares e na Marginal Tietê. "Espero que esses bloqueios se encerrem hoje, tenho convicção que esse momento se encerre hoje."