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Motorista de Porsche envolvido em acidente fatal deve continuar preso, reitera Ministério Público

Parecer da promotora foi enviado à Justiça após pedido de liberdade feito pelos advogados do empresário

São Paulo|Do R7

Fernando Sastre está preso preventivamente em Tremembé Reprodução/Record

O Ministério Público de São Paulo voltou a se manifestar favorável à manutenção da prisão do empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos. Os advogados do motorista do Porsche envolvido em um acidente fatal haviam pedido à Justiça a revogação da liminar que o colocou na cadeia.

A promotora Bruna Ribeiro Dourado Varejão sustentou ao Judiciário que Andrade Filho poderia interferir nas investigações e voltar a cometer crimes, uma vez que há envolvimento dele em outros casos de excesso de velocidade.

“Foi demonstrado, também, que o acusado influenciou o depoimento de testemunhas, ainda durante o inquérito policial, havendo indícios que, caso mantido em liberdade, pode manipular as provas, em prejuízo à elucidação dos fatos”, diz o Ministério Público em comunicado.

Andrade Filho está preso desde 6 de maio. No dia seguinte, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) negou um habeas corpus e ele foi transferido para Tremembé.


A Justiça entendeu que o empresário estava tentando atrapalhar as investigações do acidente, que terminou com a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Viana e feriu o amigo de Fernando, em 31 de março, no Tatuapé, zona leste de São Paulo.

O Ministério Público apresentou indícios de que a namorada de Fernando e a mãe dele combinaram o depoimento.


Também há inconsistências entre o que foi dito por elas e imagens do local do acidente, que terminou com a morte do motorista de aplicativo Ornaldo Viana. O passageiro do Porsche, Marcus Vinicius Machado Rocha, amigo do empresário, ficou ferido.

Na semana passada, um novo vídeo em que Fernando aparece com a fala mole momentos antes do acidente foi divulgado. As imagens fazem parte do inquérito.


O caso

No dia 29 de abril, o Ministério Público denunciou o condutor do Porsche por homicídio doloso qualificado (pena de 12 a 30 anos de reclusão) e lesão corporal gravíssima (que pode elevar a pena total em um sexto), ambos na modalidade dolo eventual. O último crime é devido aos ferimentos do amigo.

Uma perícia revelou que o Porsche estava a mais de 150 km/h na avenida Salim Farah Maluf, no Tatuapé, na madrugada de 31 de março, pouco antes de atingir o Renault Sandero dirigido por Viana.

Após a batida, o motorista foi retirado do local do acidente pela mãe, após ela convencer os policiais militares de que o levaria a um hospital na região, o que nunca ocorreu. A PM também não realizou o teste do bafômetro. Passado o período de uma eventual prisão, Fernando Sastre Filho se apresentou a uma delegacia e passou a responder em liberdade.

A SSP (Secretaria de Estado da Segurança Pública) admite que houve erro de procedimento dos PMs e há uma investigação aberta para apurar as responsabilidades deles.

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