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Motoristas de ônibus de SP anunciam nova greve para esta quarta-feira

Essa é a segunda paralisação neste mês por falta de acordo sobre pagamento e benefícios à categoria. Prefeitura suspende rodízio

São Paulo|Gabriel Croquer, do R7

Prefeitura anuciou que rodízio está suspenso por conta da greve
Prefeitura anuciou que rodízio está suspenso por conta da greve

O sindicato dos motoristas anunciou uma nova greve de ônibus a partir de zero hora desta quarta-feira (29), em São Paulo. A decisão ocorreu depois que outra reunião entre os trabalhadores e o sindicato patronal terminou sem acordo na tarde desta terça-feira (28). Já são dois meses de negociação, com uma paralisação no último dia 14 que afetou 2,7 milhões de pessoas e causou transtorno a moradores da capital paulista.

"Os patrões não atenderam às reivindicações, e a greve é total", afirmou ao R7 o presidente em exercício do Sindmotoristas (Sindicato dos Motoristas de Ônibus) de São Paulo, Valmir Santana da Paz. O posicionamento difere do que se verificou na última paralisação — na ocasião, o sindicato afirmava que realizaria a greve "com responsabilidade" para não prejudicar a população.

Também pesa contra a paralisação ampla a determinação judicial obtida pela Prefeitura de São Paulo. A liminar determina a manutenção de 80% da frota operando nos horários de pico e de 60% nos demais horários, sob pena de multa diária de R$ 50 mil.

No dia 14, os motoristas conseguiram o atendimento de uma de suas reivindicações algumas horas depois de desrespeitarem a determinação: o reajuste do salário de 12,47% retroativo desde maio. O gasto extra foi garantido pela prefeitura, que se comprometeu a liberar subsídios às empresas de ônibus para o pagamento dos trabalhadores. A greve foi então suspensa para que continuassem as negociações. 


O sindicato dos motoristas argumenta que, nos dias seguintes, outros pedidos — como a hora de almoço remunerada, PLR (participação nos lucros) e plano de carreiras do setor de manutenção — continuaram a ser ignorados. Por isso, o grupo decidiu anunciar outra greve. 

Em nota, o SPUrbanuss (Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros) também lamentou "mais uma greve com terríveis consequências para a mobilidade da população" e relembrou a determinação da Justiça referente à manutenção da frota.


A Prefeitura de São Paulo informou que o rodízio municipal estará suspenso caso a greve ocorra. Carros com placas finais 5 e 6 poderão circular pelo centro expandido a qualquer horário. As faixas exclusivas e corredores de ônibus ficarão liberados para circulação de carros de passeio enquanto durar a greve.

A prefeitura, por meio da SPTrans, empresa municipal que administra o serviço de ônibus na cidade, disse lamentar a decretação de greve de forma "inoportuna' por parte do Sindicato dos Motoristas, antes mesmo do julgamento do mérito da negociação entre funcionários e o sindicato patronal pelo Tribunal Regional do Trabalho. O Executivo municipal solicitou a Justiça o aumento da multa diária de R$ 50 mil.

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