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Veja o que já se sabe sobre a morte de policial da Rota no Guarujá

Patrick Bastos Reis morreu baleado na quinta (27); Tarcísio diz que 'não houve excessos' na ação policial. Confira a cronologia do caso

São Paulo|Do R7, com informações da Agência Estado

Soldado Reis foi morto na quinta (27), no Guarujá
Soldado Reis foi morto na quinta (27), no Guarujá

A morte do soldado Patrick Bastos Reis, da Rota (Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar), desencadeou uma grande operação policial em Guarujá, litoral de São Paulo, com ao menos dez mortos e a rendição do principal suspeito do crimeVeja abaixo a cronologia completa dos fatos.

Participaram da operação 600 agentes de equipes especializadas das polícias Civil e Militar do litoral do estado.

Na quinta-feira (27), Reis e o cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya foram baleados durante patrulhamento em uma comunidade. O soldado foi socorrido, porém não resistiu aos ferimentos. Alfaya foi atendido e permaneceu em observação na sexta-feira (28).

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Questionado sobre denúncias da população local, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) disse que "não houve excesso" na operação. "Houve atuação profissional que resultou em prisões, e vamos continuar com as operações."

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Em qual região de Guarujá os policiais foram baleados?

Os dois policiais militares da Rota, tropa de elite da Polícia Militar, foram baleados quando faziam patrulhamento, na noite de quinta-feira, em uma comunidade em Guarujá, no litoral de São Paulo.

De acordo com a PM, os policiais estavam próximos do túnel da Vila Zilda, por volta das 22h, quando foram alvo de tiros. O local é conhecido como ponto de tráfico de drogas.

Os policiais faziam parte de um reforço enviado para o litoral para combater a criminalidade na região, com foco no tráfico de drogas e roubo de cargas. Guarujá viveu uma onda de violência, com roubos, arrastões e assassinatos, nos primeiros meses deste ano.

Quem são os policiais baleados no Guarujá?

O soldado Patrick Bastos Reis, de 30 anos, foi atingido na região do tórax, mas não resistiu aos ferimentos e morreu quando recebia atendimento. A bala atingiu o soldado na região do ombro e transfixou pelo peito.

O cabo Fabiano Oliveira Marin Alfaya foi baleado na mão esquerda. Ele foi internado e permaneceu em observação na sexta-feira.

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O soldado morto morava em São Paulo e praticava jiu-jítsu. O PM era o atual campeão do circuito paulista na modalidade faixa azul, categoria máster médio.

A academia onde ele treinava o esporte fez uma publicação lamentando a morte do “nosso aluno e grande amigo”. Em sua página nas redes sociais, a Rota também homenageou o policial.

O que disseram as autoridades no dia da morte do soldado?

A SSPSP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo) lamentou a morte do policial e informou que o caso é investigado pela Divisão Especializada de Investigações Criminais de Santos e pela Polícia Militar por meio de Inquérito Policial Militar.

Em nota, a Polícia Militar também manifestou luto pelo falecimento do soldado Reis, pertencente ao 1° Batalhão da Polícia de Choque, durante "sua nobre missão de proteger a sociedade".

A nota contou ainda que ele ingressou na PM em dezembro de 2017 e exerceu suas funções "com grande dedicação e zelo com o que lhe era confiado, sendo um profissional dedicado, amigo e exemplar".

Os responsáveis pelo crime foram presos?

Ainda na tarde de sexta-feira, a Polícia Militar disse que prendeu dois suspeitos. Um terceiro suspeito foi morto em confronto com a Rota. Os policiais alegaram que houve resistência armada, e o suspeito recebeu vários tiros.

Outras pessoas com possível envolvimento no ataque foram identificadas e começaram a ser procuradas pela polícia. Posteriormente, outras pessoas foram presas, incluindo o principal suspeito de efetuar o disparo que matou o soldado Reis.

Foi iniciada operação policial para encontrar os outros suspeitos?

A Operação Escudo, realizada pela Polícia Militar, mobilizou um grande contingente de policiais. Acessos a bairros foram bloqueados. Participaram da ação 600 agentes de equipes especializadas das polícias Civil e Militar do litoral de São Paulo.

A gestão estadual disse nesta segunda-feira (31) que dez pessoas foram presas, incluindo o homem suspeito de atirar contra o soldado Reis.

Quantas mortes foram registradas durante a operação policial? A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo vai investigar a ação policial?

De acordo com a Polícia Civil, até a tarde desta segunda-feira, dez pessoas morreram em confronto com a polícia durante a operação em Guarujá para encontrar o suspeito de atirar no soldado Reis e matá-lo.

A Ouvidoria da Polícia do Estado de São Paulo e outros órgaõs de direitos humanos têm recebido diversas denúncias de moradores sobre a atuação violenta por parte das forças de segurança — inclusive de crime de tortura — contra a população desde o início da operação.

De acordo com o órgão, provavelmente o número de mortos em decorrência da ação policial é muito maior. Hoje, a ouvidoria recebeu dezenas de relatos sobre a violação de direitos humanos e possíveis execuções.

Entretanto, o órgão ressalta que ainda está organizando as denúncias e solicitando os boletins de ocorrência para confirmar o número correto de homicídios.

O que disse o governador de São Paulo sobre as mortes registradas pela Ouvidoria da Polícia?

Em coletiva de imprensa, questionado sobre as denúncias da população local, o governador disse que "não houve excesso". "Houve atuação profissional que resultou em prisões, e vamos continuar com as operações."

"Não podemos permitir que a população seja usada, não podemos sucumbir às narrativas. Estamos enfrentando o tráfico de drogas, o crime organizado. A gente tem que ter consciência disso. A gente tem uma polícia extremamente profissional que sabe usar a força na medida que ela tem que ser usada. Não houve hostilidade em excesso, houve atuação profissional que resultou em prisões, e vamos continuar com as operações", ainda afirmou o governador.

O que vai ocorrer a partir de agora?

Uma visita a Guarujá está sendo avaliada pela ouvidoria entre terça (1º) e quarta-feira (2), para ouvir as famílias e as comunidades a respeito dos fatos ocorridos.

A ouvidoria vai investigar a veracidade de áudios e relatos de moradores sobre torturas e abusos de policiais. De acordo com membros da comunidade, a operação "colocou terror" na comunidade.

Moradores do município relataram ainda que policiais prometeram matar ao menos 60 pessoas em comunidades da cidade. Ainda segundo os moradores, o foco da operação eram pessoas com antecedentes criminais e tatuagens. Os boatos tiveram o teor negado pelo governo do estado.

Um vendedor ambulante teria sido morto com nove tiros na sexta-feira. A família dele teria encontrado o rapaz com queimaduras de cigarro e um corte no braço.

Por sua vez, o governador de São Paulo disse que os casos que resultaram em mortes serão investigados pela Polícia Civil. "Cada ocorrência é investigada, não há ocorrência que não seja investigada. Todas vão ser investigadas." O governador afirmou que "a polícia quer evitar o confronto de toda forma".

"Nós temos uma polícia treinada e que segue à risca a regra de engajamento. A partir do momento em que a polícia é hostilizada, do momento em que há o confronto, do momento em que a autoridade policial não é respeitada, infelizmente há o confronto", disse Tarcísio nesta manhã de segunda-feira.

Arma usada no crime

Pistola estava escondida em sacolas plásticas
Pistola estava escondida em sacolas plásticas

Uma pistola que pode ter sido usada para matar o soldado Reis foi apreendida nesta segunda-feira. Segundo o delegado Antônio Sucupira, responsável pela investigação, as equipes receberam uma denúncia anônima sobre a localização de uma pistola de calibre 9 mm num beco de uma comunidade no bairro Vila Júlia, em Guarujá.

No local, a arma foi encontrada enrolada em papel e sacos plásticos. O delegado também contou à Record TV que ela estava "cheia de barro" e "bem escondida".

Agora, a Polícia Civil vai encaminhar o armamento à Polícia Científica para que seja feita uma análise que vai verificar a compatibilidade da pistola com as cápsulas encontradas no dia do assassinato.

Investigação do Ministério Público

O Grupo de Atuação Especial da Segurança Pública e Controle Externo da Atividade Policial, do Ministério Público, vai instaurar um procedimento para analisar a legalidade das ações que deixaram pelo menos dez mortos em Guarujá.

De acordo com o MP, três procuradores de Justiça da Baixada Santista ainda vão ser designados para acompanhar as investigações.

Estado tem alta de mortes pela polícia no primeiro semestre

As mortes em decorrência de intervenção policial subiram 9,4% nos seis primeiros meses do ano no Estado de São Paulo. Foram 221 registros, ante 202 no mesmo período do ano passado, segundo dados divulgados na terça-feira (25) pela SSP. Os casos foram puxados por ocorrências que envolveram agentes em serviço, que saltaram 28,57% no primeiro semestre — de 133 para 171.

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