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Prefeitura promete pagar auxílio-moradia às vítimas do desabamento

Após o 12º mês de benefício por meio do CDHU, administração municipal promete pagar auxílio-moradia até entrega de unidades habitacionais

São Paulo|Fabíola Perez, do R7

Moradores da ocupação no Largo do Paissandu
Moradores da ocupação no Largo do Paissandu

Doze dias após o desabamento do edifício Wilton Paes de Almeida, no Largo Paissandu, no centro de São Paulo, a Prefeitura afirmou nesta segunda-feira (14) que, após o 12º mês de auxílio-moradia, pago pela CDHU às famílias vítimas da tragédia, o município assumirá o pagamento do benefício.

O valor pago pela administração municipal também será de R$ 400. A previsão é de que seja pago até a entrega do empreendimento, que pode ser construído no mesmo local onde desabou o edifício Wilton Paes de Almeida.

Segundo o Secretário de Habitação, Fernando Chucre, o pagamento será realizado até que sejam entregues às unidades habitacionais definitivas às famílias desalojadas. "Estamos nos reunindo para tratar dessas unidades, vamos apresentar um projeto habitacional, mas acredito que seja feito por meio do Minha Casa, Minha Vida", disse Chucre, em coletiva de imprensa.

A estimativa para a construção das unidades habitacionais, caso fossem realizadas por meio do projeto Minha Casa Minha Vida seria de 18 meses. Esse prazo, porém, sem levar em consideração o período de elaboração do projeto. O valor pago em auxílio-moradia sairá do orçamento da pasta de habitação do próximo ano.


Famílias não querem ir para abrigo e Prefeitura oferece auxílio-moradia

Até a tarde desta segunda-feira, segundo a Prefeitura, 144 famílias haviam sido cadastradas para receber o benefício por meio da CDHU, 129 estariam recebendo as primeiras parcelas. Em relação aos demais imóveis da região, 59 famílias do edifício Caracu e 51 do prédio Itapevi estão cadastradas, segundo o órgão.


"Estamos fazendo o estudo de caso de 171 famílias saber se elas estavam ou não vivendo no edifício. Há casos de famílias que se apresentaram somente após o acidente, inclusive a maior parte das famílias da praça estão nesse grupo. Elas têm a expectativa de receber algum atendimento da prefeitura."

Para essas famílias que afirmam terem morado no prédio, a prefeitura informou que será realizada uma checagem por meios legais para que a moradia no edifício ocupado seja comprovada. Questionado sobre como as famílias serão informadas do pagamento do auxílio moradia, o prefeito em exercício, Milton Leite, afirmou que o Chucre "dará a informação pelos meios legais" às famílias.


A prefeitura informou ainda que os entulhos ferrosos originados do desmoronamento não possuem um destino definido até que seja dado um parecer da União, proprietária do imóvel.

MP vai avaliar situação de crianças que estão no Largo do Paissandú

O secretário de Assistência Social e Desenvolvimento em exercício, José Castro, afirmou que a Prefeitura ofereceu 773 noites em estabelecimentos da administração municipal, principalmente no Viaduto Pedroso. "As equipes sociais no local fizeram o traslado para quem aceitou", afirmou. "As doações no largo estão sendo encaminhadas à Cruz Vermelha, uma vez que as que chegam ao local só estimula que pessoas sem relação com o acidente permaneçam na praça", disse o secretário.

Vistorias

Em relação aos cinco edifícios que também foram interditados, dois deles, segundo a Prefeitura, são residenciais. O auxílio-aluguel também está sendo oferecido às famílias desalojadas. O principal motivo que provocou a interdição dos edifícios foi o risco detectado na linha de energia que abastece o prédio, a mesma que fornecia energia elétrica ao edifício Wilton Paes de Almeida.

O secretário Chucre explicou que a Prefeitura possui uma fila geral de pessoas que aguardam para serem alocadas em unidades habitacionais é uma fila específica para famílias removidas por obras ou por acidentes.

O secretário da Defesa Civil José Roberto afirmou que até esta segunda-feira foram realizadas quatro visitas técnicas para a elaboração do relatório de qualificação de segurança de cada edificação ocupada em São Paulo. Segundo ele, hoje tem início às vistorias. "Serão realizadas três por dia com o objetivo de mitigar riscos. As visitas serão realizadas por equipes da habitação, defesa civil, fotógrafos e representantes de movimentos de moradia."

Segundo ele, as vistorias deverão detectar quais as condições da estrutura e se é possível realizar alguma intervenção para mitigar eventuais riscos. "As quatro estruturas visitadas até agora estão muito bem organizadas", afirmou.

Vulnerabilidade

Na praça próxima ao Largo do Paissandu, onde ocorreu a tragédia, há diveros tipos de populações vulneráveis, como moradores de rua, famílias desalojadas e, segundo a Prefeitura, moradores da Cracolândia e da favela do Moinho, também no centro da cidade.

De acordo com a secretaria de Direitos Humanos e Cidadania, uma das famílias no local está alojada com um bebê de 20 dias. A secretária Eloísa Arruda afirmou que o órgão enviou um ofício informando oficialmente ao Minsitério Público de São Paulo sobre a situação.

O órgão aguarda agora que sejam tomadas medidas adequadas, como a eventual suspensão do poder familiar e entrega da criança a uma família substituta com poder provisório para retirá-la de condições insalubres.

A Prefeitura estima que o déficit habitacional em São Paulo seja de 380 mil famílias aguardando moradia. Segundo o órgão, há 220 ocupações na cidade e 70 na região central. 

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