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Suspeito diz que prima sufocou pai e filho de família morta no ABC

Homem prestou depoimento na terça-feira à polícia e incriminou casal preso suspeito do crime. Ao todo, cinco pessoas estão presas suspeitas do crime

São Paulo|Do R7, com informações da Record TV

Corpos de Romuyuki, Flaviana e Juan Gonçalves forame encontrados carbonizados
Corpos de Romuyuki, Flaviana e Juan Gonçalves forame encontrados carbonizados

O terceiro homem preso sob suspeita de envolvimento no assassinato de uma família no ABC prestou depoimentou à polícia na terça-feira (5) e incriminou as duas primeiras suspeitas presas. Elas são Ana Flávia Gonçalves, filha e irmã das vítimas, e sua mulher, Carina Ramos. De acordo com o suspeito, Carina participou do sufocamento de pai e filho com um saco plástico dentro de casa, antes da chegada da mãe, que ainda não teve a morte esclarecida. A informação é da Record TV. As duas suspeitas negam o crime e alegam inocência.

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O suspeito é primo de Carina. Ele contou que um falso assalto foi premeditado pelos três. Em depoimento, segundo a Record TV, ele revelou que Ana autorizou a morte de toda a família.

Ao todo, cinco pessoas estão presas suspeitas do crime. Além de Ana Flávia, Carina e do primo de Carina, outras duas pessoas foram detidas na tarde de terça-feira. Uma sexta pessoa é procurada.


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O caso


Três corpos carbonizados foram encontrados dentro de um Jeep Compass em uma área de mata na Estrada do Montanhão, área de mata em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista, na madrugada de terça-feira (28). Quando as equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros chegaram ao local, o veículo ainda estava pegando fogo.

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Os corpos eram do casal Flaviana Gonçalves, de 40 anos, e Romuyuki Gonçalves, de 43 anos, e seu filho mais novo, Juan Gonçalves de 15.

A filha mais velha do casal, Ana Flávia Gonçalves, de 24 anos, e a mulher dela, Carina Ramos, de 31, tiveram prisão temporária de 30 dias decretada na noite de quarta-feira (29). A polícia justificou o pedido de prisão alegando contradições no depoimento do casal.

De acordo com a polícia, no primeiro depoimento as suspeitas mencionaram que a família tinha uma dívida com um agiota e que Flaviana teria saído de casa de madrugada para realizar o pagamento e depois seguiria para Minas Gerais. A presença do adolescente no carro, porém, fez a polícia desconfiar da versão. A Polícia Civil já tinha como uma das linhas de apuração uma possível briga familiar. Os pais, segundo os investigadores, não aceitavam o relacionamento da filha com outra mulher.

Investigação

Na primeira visita da polícia à casa onde a família morava, em um condomínio de Santo André, os agentes encontraram o imóvel revirado, além de marcas de sangue pelos cômodos. Os investigadores consideraram estranho a residência estar nestas condições, pois não havia sinais de arrombamento. Do local foram roubados eletrodomésticos, cerca de R$ 8 mil, dólares, joias e uma arma.

De acordo com a perícia, litros de água sanitária e manchas de sangue foram encontrados no quarto do adolescente. Também foram localizadas manchas de sangue em peças de roupa de Ana Flávia, a filha.

Uma testemunha que está sendo preservada contou aos policiais que ouviu barulhos estranhos vindos da casa das vítimas. Um laudo preliminar apontou que, antes de terem seus corpos carbonizados, as três vítimas morreram com pauladas na cabeça. Como todos os golpes foram do lado direito, a suspeita é de que o autor seja canhoto.

Um homem de cerca de 1,90 m de altura foi visto por uma testemunha junto com as duas suspeitas, na noite do crime, carregando algo pesado para o carro. O suspeito é um primo de Carina, preso na manhã de terça-feira (4). Em depoimento, segundo a polícia, ele confessou o crime, disse que ele foi premeditado e que Ana Flávia autorizou o assassinato da família.

Segundo o depoimento do suspeito, a ideia do trio era roubar joias e dinheiro do cofre da casa. O pai e o adolescente estavam na residência, no condomínio de Santo André, com Ana Flávia e Carina quando três suspeitos chegaram e anunciaram o assalto.

Carina teria sido a primeira a ser rendida. Os homens exigiam valores. Pai e filho foram levados para o quarto do adolescente. O suspeito revelou à polícia que os dois foram mortos asfixiados depois de apanhar. Já a mãe chegou à casa mais tarde e foi vendada.

Como o cofre estava vazio e o dinheiro recebido por Romuyuki não estava na residência, houve uma conversa entre os suspeitos. Naquele momento, segundo a versão do suspeito, as duas autorizaram a morte de toda a família. Na terça-feira à tarde, mais dois suspeitos foram presos. A polícia chegou a eles a partir do depoimento de Carina na segunda-feira (3).

Câmeras

As suspeitas sobre a filha ganharam força depois de as imagens da câmera de segurança mostrarem que ela e a mulher estavam na casa na noite do crime. Por diversas vezes, as duas foram flagradas manobrando os carros da família. O carro de Ana Flávia e Carina também é visto entrando e saindo do local várias vezes. Em depoimento à polícia, Carina, que chegou às 20h ao local, alegou ter entrado por volta das 22h. Câmeras mostram que ela usava um casaco com capuz, mesmo fazendo calor, o que também gerou desconfiança da polícia.

Quando o veículo da família deixa o condomínio, por volta de 1h, o carro de Carina e Ana Flávia sai na frente. Duas horas depois, os corpos de Flaviana, Romuyuki e Juan são encontrados.

Segundo a polícia, ao serem questionadas para onde seguiram após deixarem o condomínio, cada uma das suspeitas disse que se dirigiram a lugar diferente. A polícia pediu a quebra do sigilo telefônico das duas mulheres para analisar sua troca de mensagens. Lucas Domingos, então advogado do casal, negou qualquer tipo de participação das duas com o crime e disse não ter certeza se havia contradições em seus depoimentos.

A polícia investiga as circunstâncias da morte de Flaviana, a mãe. De acordo o primo de Carina, ela não foi morta em casa, mas tiros foram ouvidos antes de o carro ser abandonado em uma estrada de terra de São Bernardo do Campo. Na sequência, o veículo foi incendiado.

A polícia cogita a hipótese da vítima ter sido obrigada a dirigir seu próprio carro com os corpos do marido e do filho. Também está sendo apurada a hipótese de Flaviana ter sido rendida antes mesmo de chegar em casa e de seu corpo ter sido transportado no porta-malas junto com os outros dois. Imagens de câmeras de segurança do condomínio mostram o momento da saída do Jeep que, mais tarde, seria encontrado com os três mortos.

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