Chile aprova primeira plantação de maconha medicinal em Santiago
Governo estuda liberação do uso de uma forma mais ampla
Saúde|Do R7

O intendente da região Metropolitana de Santiago, Claudio Orrego, informou nesta segunda-feira (8) sobre a aprovação das autoridades a um projeto de plantação de maconha na capital chilena para "uso medicinal e uso acadêmico".
A iniciativa, apresentada no ultimo 23 de maio para o SAG (Serviço Agrícola e de Criação de Gado ), é promovida conjuntamente pela Fundação Daya e a prefeitura da comuna da Flórida e tem como objetivo o uso do óleo de cannabis no tratamento de pacientes com câncer.
O projeto foi referendada pela Universidade de Valparaíso e a Fundação Arturo López Pérez, especializada em tratamentos oncológicos."É um tema que está sendo discutido em outras partes do mundo, valorizamos muito o uso da planta para a pesquisa", explicou Oscar Concha, diretor metropolitano do SAG.
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Além disso, Concha assinalou que "há um compromisso da Fundação Daya de respeitar os requisitos de segurança estabelecidos, o que facilitou a decisão tomada pela instituição".
Em agosto, o prefeito da Flórida, Rodolfo Carter, plantou simbolicamente a primeira semente de maconha para uso medicinal após não receber resposta do SAG sobre o projeto de cultivo. Na ocasião, Orrego advertiu Carter "que todo mundo sabe que a lei 20.000 (sobre drogas) estabelece que para se cultivar maconha é preciso de uma autorização expressa do SAG".
Em relação à fiscalização, corresponde ao SAG e a outros organismos fazer um registro completo sobre a futura produção de maconha, enquanto as sementes de cannabis serão importadas pela fundação, que agora conta com a autorização. "É sem dúvida um marco histórico.
Começamos a construir um caminho para aliviar o sofrimento de muitas pessoas, começamos a construir uma sociedade mais amável", ressaltou Ana María Gazmuri, presidente da Fundação Daya, ao saber da notícia. No Chile, segundo a lei 20.000, o consumo de maconha não é penalizado, mas sua comercialização e cultivo são proibidos, o que na prática a torna ilegal.
No entanto, há algum tempo o governo abriu a possibilidade de autorizar seu uso medicinal de forma mais ampla, após diversas manifestações populares para promover a legalização da planta no Chile.