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Mulher pensou que estava engordando, mas tinha um tumor de 46 kg; entenda o caso

De acordo com médico, a paciente procurou o hospital com dificuldade para respirar e nem imaginava que estava com um tumor enorme no abdômen

Saúde|Carla Canteras, do R7

Mulher de 45 anos notou o ganho de peso nos últimos cinco anos, diz o médico
Mulher de 45 anos notou o ganho de peso nos últimos cinco anos, diz o médico

Na última quarta-feira (31), o cirurgião-geral Glaucio Boechat, de 45 anos, estava trabalhando no Hospital São José do Avaí, na cidade de Itaperuna, no Rio Janeiro. Era um dia normal e corrido, até que deu entrada pela emergência uma mulher, também de 45 anos, com queixa de dificuldade para respirar.

A paciente, que aparentemente era obesa, foi levada diretamente para a UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) e passou por uma série de exames para descobrir que problema a impedia de respirar.

"A tomografia mostrou essa massa gigante. Se não operássemos, ela não ia conseguir respirar, e nós optamos por fazer a cirurgia e ressecar essa massa. Era gigante, pesamos e tinha 46 quilos", explica o médico.

Nem ela nem seus familiares imaginavam que o ganho de peso não era obesidade, e sim um tumor que se formou no abdômen da mulher, que corria o risco de morrer.


Barriga da paciente que tinha tumor de 46 kg
Barriga da paciente que tinha tumor de 46 kg

"Na verdade, ela achou que estava ganhando peso, engordando. Só que, de um mês para cá, começou a apresentar falta de ar, porque o tumor cresceu muito, e ela não conseguia respirar. Se não operasse, ela ia morrer, podia morrer até dormindo", conta Boechat.

De acordo com os relatos da paciente à equipe médica, o ganho de peso começou a ser notado nos últimos cinco anos. "Acredito que esse tumor tem mais ou menos uns cinco, seis anos de crescimento", calcula o cirurgião.


Além de tirar a massa enorme, os médicos retiraram o útero e os dois ovários da mulher. Pela cirurgia, Glaucio acredita que o tumor começou no útero, mas só com o resultado da biópsia será confirmado o local exato em que o problema teve início, e se é benigno ou maligno. O resultado do exame deve sair em até 20 dias.

Na cirurgia, que durou cerca de duas horas, fizeram parte da equipe médica três anestesistas, dois residentes de cirurgia e quatro auxiliares de enfermagem, além do cirurgião. Os médicos conseguiram retirar todo o tumor, mas, durante o procedimento, a mulher precisou receber transfusão de sangue.


"O tumor estava comprimindo todos os órgãos do abdômen, e ela estava com anemia muito grande, por causa do sangue que a massa consumia. Tivemos de repor sangue antes, durante e depois da cirurgia, mas conseguimos retirar toda a massa tumoral", comemora Boechat.

A mulher se recupera bem. Continua internada na UTI, mas está fora do respirador e já se alimenta normalmente. "Ela está melhorando aos pouquinhos, melhor do que esperávamos", celebra o cirurgião, que até já estuda a alta médica.

"É complicado prevermos a alta, o tempo vai depender da evolução da paciente. Mas, continuando assim, ela tem alta para o quarto, e até segunda ou terça-feira pode ter alta para casa, se permanecer tudo bem."

Boechat, que tem 22 anos de profissão, atua há 20 como cirurgião-geral e há 12 faz parte do corpo clínico do Hospital São José do Avaí, garante que nunca tinha passado por uma situação parecida. "Nunca tinha visto um tumor desse tamanho!"

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