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Por que o DIU hormonal pode dar espinhas, como em Marília Mendonça?

Maioria dos relatos de surgimento de acne não estão diretamente relacionados ao uso do dispositivo intrauterino, afirma ginecologista

Saúde|Brenda Marques, do R7

Marília Mendonça está sofrendo com espinhas causadas pelo Mirena
Marília Mendonça está sofrendo com espinhas causadas pelo Mirena Marília Mendonça está sofrendo com espinhas causadas pelo Mirena

A cantora Marília Mendonça contou que está sofrendo com o aparecimento de acne causada pelo uso do método crataceptivo DIU (dispositivo intrauterino) Mirena.

"A tal da mulher sofre mesmo, né? Tô usando vários produtos pra conter o estrago que o uso do Mirena tá me causando com relação às espinhas. Pior que nem tenho como trocar... meu fluxo é altíssimo!", escreveu no Twitter.

De acordo com o ginecologista Alexandre Pupo, dos hospitais Sírio Libanês e Albert Einstein, a maioria dos casos em que pacientes relatam o surgimento de espinhas não estão diretamente relacionados ao dispositivo, mas sim a mudança de método contraceptivo.

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"Muitas mulheres que mudam para o DIU antes usavam métodos essencialmente hormonais, como a pílula e o anel vaginal, que bloqueiam a ação dos ovários. Quando deixam de utilizar esse método e os ovários voltam a funcionar, as mulheres ficam sujeitas a alterações hormonais naturais que ocorrem antes e depois da ovulação", explica.

"Essa variação gera oleosidade, que causa espinhas. Mas mesmo que a mulher estivesse sem o DIU, a pele dela responderia dessa forma, se parasse de usar a pílula", exemplifica.

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O especialista acrescenta que outra possibilidade que pode levar ao surgimento de acne é a liberação de progesterona artificial pelo próprio DIU. Entretanto, ele afirma que deve ocorrer em menos de 10% dos casos, conforme as experiências que observa em seu próprio consultório.

"Eventualmente, a progesterona pode aumentar a oleosidade da pele em pessoas que são muito sensíveis em relação a esse hormônio. Mas a quantidade que circula pela corrente sanguínea é muito pequena. A maioria se restringe ao útero", pondera.

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É a ação dessa progesterona artificial, chamada levonorgestrel, que reduz o fluxo menstrual. "Esse hormônio impede que o endométrio, tecido que reveste o útero e descama quando a mulher não engravida, se desenvolva", descreve.

Segundo ele, esse efeito de atrofiar o endométrio faz com que quatro em cada cinco mulheres que colocam o DIU parem de menstruar em um prazo de até seis meses após o implante.

Como funciona esse método?

Pupo esclarece que, como qualquer outro DIU, o Mirena é um método de barreira, que diminui a probabilidade de contato entre o óvulo e o espermatozoide. Além disso, como já mencionado, ele libera progesterona ao longo de cinco anos.

"O hormônio, além de atrofiar o endométrio, o torna hostil ao espermatozoide e ao óvulo. Ele também vai agir nas células presentes no colo do útero, dificultando a entrada do gameta masculino", detalha. 

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"É o método contraceptivo de maior eficácia disponível no mercado: 99,5%, equivale à laquadura, e tem duração de cinco anos", compara.

Orientação profissional é essencial

O ginecologista destaca a importância da orientação profissional na hora de optar por qualquer meio de prevenção à gravidez. "Em princípio, não há contraindicação para o DIU, mas é aconselhável que isso sempre seja discutido com o médico e que [a paciente] relate se tiver tumor sensível a hormônio, como o de mama ou histórico de trombose", orienta. 

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