O que leva à menopausa precoce, como caso de Naiara Azevedo
Cantora congelou óvulos após descobrir que tem predisposição à condição; exame permite diagnosticar casos antes que sintomas apareçam
Saúde|Brenda Marques, do R7
A cantora Naiara Azevedo, 30 anos, contou que tem predisposição à menopausa precoce e, por isso, resolveu congelar óvulos para garantir que possa ter um filho no futuro.
Essa condição é irreversível, tem sido relatada com cada vez mais frequência e pode não ter uma causa específica, segundo o ginecologista e obstetra Geraldo Caldeira, membro da Febrasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia).
Ele explica que a menopausa é a falência ovariana, ou seja, quando os ovários param de produzir óvulos. Se isso ocorre antes dos 45 anos, é um caso de menopausa precoce - também chamada de prematura.
Nessa situação, como o próprio nome indica, a mulher começa a ter sintomas de menopausa antecipadamente, como ondas de calor, diminuição da libido, envelhecimento da pele e osteoporose.
"A mulher nasce com uma quantidade limitade de óvulos e, a cada ano que ela faz aniversário, seus óvulos também fazem", afirma.
"Eu tenho paciente de 30 anos na menopausa e não dá para reverter, por isso, se quiser engravidar, tem que congelar os próprios óvulos antes ou pegar de doação. Tem se tornado mais frequente do que antigamente", relata.
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Cirurgia nos ovários pode ser causa
De acordo com o especialista, há mulheres que têm menopausa prematura sem que haja uma causa para isso. "A paciente nasceu com uma quantidade menor [de óvulos] do que deveria", resume.
Entretanto, a realização de cirurgias que atinjam os ovários e o histórico familiar podem ser razões para que uma mulher deixe de ter óvulos antes do tempo esperado.
"Se você teve endometriose e foi necessário cauterizar os ovários. se teve cisto e por isso precisou tirar uma parte de um ovário", cita Caldeira, como exemplo. "Toda vez que se faz uma cirurgia, acaba ressecando [os ovários] e há risco de diminuir a reserva ovariana", completa.
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Diagnóstico antecipado
O exame antimulleriano, feito com uma amostra de sangue, permite saber qual a quantidade de óvulos que cada mulher tem nos ovários, a partir da análise do hormônio de mesmo nome.
"A gente indica para todas as pacientes acima dos 35 anos. Mas se há histórico familiar, por exemplo, a mãe entrou na menopausa aos 36 anos, a gente começa a investigar [a paciente] dez anos antes", explica.
O ginecologista ressalta que toda mulher deve ir ao ginecologista e realizar ultrassom transvaginal, pois além do hormônio antimulleriano existem outros indícios de menopausa precoce: o ovário diminuído e a quantidade de FSH (hormônio folículo estimulante).
"O FSH é um hormônio que a hipófise produz e que faz a paciente ovular. Quando ela tem pouco óvulo, a hipófise vai jogando mais FSH, se ele estiver muito alto, próximo a 10, precisa fazer o exame de sangue", explica.