Vacinação contra gripe vai ser ampliada para maiores de seis meses, diz ministra da Saúde
Campanha de vacinação contra a gripe no país completou um mês no dia 25 de abril com 23,51% do público-alvo imunizado
Saúde|Rafaela Soares, do R7, em Brasília
A ministra da Saúde Nísia Trindade anunciou que o público alvo da campanha de vacinação contra a gripe vai ser ampliado para maiores de seis meses. A alteração, segundo o post da titular da pasta nessa terça-feira (30), é uma resposta ao aumento de casos de influenza no país. O novo boletim InfoGripe da Fiocruz alertou para os aumentos semanais no país das internações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), especialmente devido o VSR (vírus sincicial respiratório) e a influenza A (vírus da gripe).
Veja mais
Ainda segundo Nísia, a região Norte do país já começou essa etapa em novembro do ano passado e, por isso, não é alvo desta fase da campanha. “Além disso, dependendo do estoque de vacinas e da situação dos casos em cada localidade, poderá haver restrições pontuais para certas faixas etárias a fim de garantir a vacinação dos grupos prioritários, mas de forma excepcional”, explicou na publicação.
Números da campanha
A campanha de vacinação contra a gripe no país completou um mês no dia 25 de abril com 23,51% do público-alvo imunizado (15,5 milhões dos 75,8 milhões de pessoas). Quando a ação terminar, em 31 de maio, o Ministério da Saúde espera adesão de, pelo menos, 90%. As menores taxas de vacinação até então foram registradas em estados como Mato Grosso do Sul, Bahia, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Goiás, além do Distrito Federal.
Entre os estados com maior taxa de vacinação, estão Rio Grande do Sul, Paraíba, Santa Catarina e Rio Grande do Norte. A composição da vacina deste ano visa proteger contra os vírus da Influenza A (H1N1), Influenza A (H3N2) e Influenza B, ressaltando a importância da imunização de todos os grupos prioritários para prevenir a disseminação da doença e reduzir os impactos na saúde pública.
Em nota enviada ao R7, o Ministério da Saúde informou que durante a Campanha de Vacinação contra a Influenza de 2024, a meta da pasta é atingir pelo menos 90% da adesão à vacinação em cada um dos grupos prioritários, que incluem crianças, gestantes, puérperas, idosos com 60 anos ou mais e povos indígenas.
“Devido a diferenças sazonais da doença, a campanha foi dividida em dois momentos: de 25 de março a 31 de maio, ela acontece nas regiões Nordeste, Centro-Oeste, Sul e Sudeste. Já na região Norte ocorre no segundo semestre, período do inverno amazônico e de maior circulação viral”, explicaram.
Ao ser questionado sobre as estratégias de vacinação, a pasta destacou a importância da estratégia de microplanejamento. Essa abordagem, realizada em conjunto com estados e municípios, tem como objetivo fortalecer e ampliar o acesso à vacinação, levando em consideração as diversidades regionais. O microplanejamento é uma ferramenta de planejamento contínuo que permite aos municípios organizarem-se de acordo com sua realidade local e direcionarem esforços para alcançar a cobertura vacinal desejada.
A desinformação afeta a vacinação
Apesar dos esforços para promover a vacinação contra a gripe, a desinformação sobre a vacina ainda é um obstáculo, afirma Alberto Chebabo, médico infectologista e Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia.
“A desinformação faz com que as pessoas não saibam qual a informação correta, colocando dúvidas sobre os benefícios da vacinação, reduzindo a confiança da população na gestão de saúde. Isso faz com que as pessoas deixem de procurar as Unidades para se vacinarem e reduz a cobertura vacinal. Na pandemia vivemos muito esse problema que causou estragos na cobertura vacinal de Covid-19, principalmente, na população pediátrica. E que foi contaminando a crença em todas as demais vacinas”, disse o infectologista.
Alguns mitos comuns incluem a crença de que a vacina pode causar a gripe, que a gripe não é uma doença grave e a vacinação anual não é necessária.
“Muitas vezes, o adulto saudável pensa que tomar a vacina contra gripe não é importante, pois ele não pertence necessariamente a um grupo de risco. Porém, ele pode ter contato diário com familiares e amigos que pertencem a um grupo de risco, como idosos, crianças pequenas, pais com crianças pequenas e gestantes e, então, transmitir o vírus a eles.”