Telescópio James Webb conclui abertura de seu espelho principal
Missão do equipamento espacial inclui estudar planetas distantes para determinar sua origem, evolução e habitabilidade
Tecnologia e Ciência|Do R7
O poderoso telescópio espacial James Webb concluiu neste sábado (8) com sucesso a etapa final de sua implantação, desdobrando seu último espelho principal e se preparando para começar a estudar cada fase da história do Universo.
A primeira de suas duas asas foi liberada ontem, e a segunda, na manhã deste sábado, anunciou a Nasa.
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As equipes de engenharia comemoraram no Space Telescope Institute, em Baltimore, no estado americano de Maryland, o momento em que a Nasa divulgou no Twitter que a asa final estava pronta."A asa final agora está implantada", tuitou a agência, acrescentando que a equipe trabalhava "para garantir a asa no lugar, um processo de várias horas".
Esse icônico espelho principal do telescópio tem cerca de 6,5 m de diâmetro, portanto era grande demais para acomodar um foguete, como quando foi lançado há duas semanas. Por causa disso, seus dois lados foram dobrados.
A implantação foi uma tarefa complexa e desafiadora, afirmou a Nasa, assinalando que se trata do projeto mais assustador que já tentou.
O Webb, telescópio espacial mais potente já construído e sucessor do Hubble, decolou da Guiana Francesa, em um foguete Ariane 5, em 25 de dezembro e se dirige ao seu ponto orbital, a 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
Embora o Webb vá chegar ao seu destino espacial, conhecido como o segundo ponto Lagrange, em semanas, ainda lhe restam cinco meses e meio de configurações para ficar pronto.
Primeiras galáxias
Sua tecnologia infravermelha lhe permite ver as primeiras estrelas e galáxias que se formaram há 13,5 bilhões de anos, fornecendo aos astrônomos uma nova perspectiva da primeira época do Universo.
"Antes de comemorar, ainda temos trabalho a fazer", expressou a Nasa em suas atualizações ao vivo. "Quando a trava final estiver segura, o Nasa Webb será completamente implantado no espaço", afirmou.
No início desta semana, o telescópio implantou seu escudo térmico de cinco camadas, um aparelho de 21 m de comprimento que atua como um guarda-sol, o qual garante que os instrumentos do Webb se mantenham à sombra para que possam detectar fracos sinais infravermelhos dos confins do Universo.
A missão do telescópio inclui estudar planetas distantes para determinar sua origem, evolução e habitabilidade.
O blog da Nasa sobre o telescópio informou neste sábado que o procedimento foi "a última das principais implantações do observatório. Segundo o subchefe de projeto do telescópio na agência espacial, John Durning, as implantações foram "100% bem-sucedidas".
"Essa foi, provavelmente, a parte de maior risco da missão", destacou em entrevista coletiva Bill Ochs, diretor de projetos da Nasa para o Webb. "Isso não significa que todo o nosso risco acabou."
Segundo o blog da Nasa, "seu sucesso permitirá desenvolver os próximos cinco meses e meio de tarefas, que consistem em estabelecer uma temperatura de operação estável, alinhar os espelhos e calibrar os instrumentos científicos”.