Recessão acontece quando o País tem dois trimestres de PIB negativo consecutivos
Getty ImagesPara frente é que se anda! Esse é o ditado que mais se aplica à economia dos países. No caso do Brasil, a caminhada até está acontecendo, mas na velocidade de uma tartaruga.
Analistas do mercado financeiro esperam um crescimento de 0,8% neste ano, segundo o último Boletim Focus do Banco Central. A expectativa apesar de baixa é ainda em cima de um resultado positivo. Desde a crise financeira de 2008, o Brasil entrou em recessão apenas uma vez no final daquele ano e início de 2009.
Assim como o Brasil, potências mundiais como Alemanha, Estados Unidos, Rússia e Reino Unido não escaparam da grande crise que começou em 2008 e também tiveram recessão econômica nessa época, iniciada pela quebra de grandes bancos internacionais. Saiba mais aqui
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Essa recessão observada há seis anos no Brasil é um temor hoje. Por isso, todos acompanham o resultado do PIB (Produto Interno Bruto), um dos principais indicadores da economia de um país. Ele representa a soma das riquezas geradas pelo conjunto dos diversos setores da cadeia produtiva. O indicador é calculado trimestralmente pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Quando o resultado é negativo por dois trimestres seguidos significa recessão. Se aponta expansão, isso tem influência positiva na vida das pessoas. Quanto maior a produção, mais fácil de distribuir essa riqueza. A renda circula e todos são beneficiados.
No primeiro tri deste ano, o PIB brasileiro foi de 0,2%. Nesta sexta-feira (29), o IBGE divulgará o resultado relativo ao segundo tri. O País só entraria em recessão se o primeiro trimestre fosse revisado para negativo, assim como o segundo, com base nos dados oficiais.
Especialistas ouvidos pelo R7 afirmaram que o País apresentará um crescimento muito baixo no segundo tri, mas ainda não será negativo.
O professor Antônio Correa, do departamento de economia da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), explica que o primeiro semestre foi ruim e que até a realização da Copa dificultou a atividade econômica. Com isso, o resultado do indicador será baixo.
— A própria realização da Copa do Mundo diminuiu o número de dias úteis no comércio e na indústria, e isso afetou... Não se espera um crescimento expressivo do PIB, mas não se caracterizaria uma recessão.
O pesquisador da área de economia aplicada da FGV/IBRE, Vinicius Botelho, acrescenta que até mesmo a construção civil, que se beneficiou tanto em anos anteriores com programas do governo como o Minha Casa Minha Vida, está sofrendo.
— A alta taxa de juros acabou contraindo a demanda principalmente no setor da construção civil.
O setor está, inclusive, pessimista em relação ao futuro. Segundo a Sondagem da Construção Civil divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria), neste mês, pela primeira vez, o indicador de expectativa em relação a novos empreendimentos e serviços sugeriu queda para os próximos seis meses.
O cenário se complicou ainda mais no primeiro semestre com uma inflação alta que chegou a atingir 6,52% em junho deste ano, acima até mesmo do teto da meta (6,5%).
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