Inadimplência do comércio varejista cai 4,4%
Queda é a quarta mensal seguida e a maior retração histórica desde janeiro de 2012
Economia|Da Agência Brasil
A inadimplência no comércio varejista caiu 4,44% em dezembro na comparação com o mesmo mês de 2012, segundo pesquisa divulgada nesta terça-feira (14) pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e pela CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
Essa foi a quarta queda mensal seguida e a maior retração desde o início da nova série histórica, em janeiro de 2012.
Com o resultado, a inadimplência encerrou o ano passado em alta de 2,33%, com forte desaceleração em relação a 2012 quando tinha aumentado 12,18%.
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De acordo com a CNDL, as restrições ao crédito foram provocadas pelo aumento dos juros básicos da economia. A exigência de mais garantias dos tomadores de financiamentos pelos bancos e pelos lojistas também contribuiu para a redução do risco de atrasos nos pagamentos.
— A inadimplência veio em forte ascensão até o final do primeiro trimestre do ano passado, mas a tendência se inverteu a partir de abril quando o Banco Central passou a aumentar sucessivamente a taxa básica de juros da economia, a Selic, o que encareceu a tomada de crédito no país, impactando o varejo como um todo. Desde então, o volume de atrasos nos pagamentos das compras a prazo passou a intercalar desacelerações com quedas.
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Os juros mais altos e o menor crescimento da economia refletiram-se na desaceleração das vendas no ano passado. De acordo com o levantamento, o volume de consultas ao banco de dados do SPC Brasil teve aumento médio de 4,12% em 2013, contra 7,76% em 2012.
De acordo com a CNDL, o Natal foi insuficiente para reverter a desaceleração das vendas observadas durante o ano. As vendas subiram 28,65% em dezembro na comparação com o mês anterior, abaixo do crescimento de 32,28% observado na mesma comparação em 2012. O desempenho no fim do ano, destacou a entidade, levou muitos lojistas a antecipar as liquidações em janeiro.
Projeção
A Confederação continua a projetar crescimento das vendas para 2014. apesar dos juros mais altos e das restrições ao crédito. No entanto, a expansão será menor que a do ano passado (4,12%). Segundo a entidade, as vendas deverão subir 4% este ano, já descontada a inflação.
— O modelo de incentivos ao consumo está perdendo efeito no país e por isso, as vendas a prazo em 2014 devem crescer um pouco menos que em 2013.
Para a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas, a Copa do Mundo ajudará o comércio, mas os efeitos serão concentrados em determinados setores. Segundo a entidade, o comércio de alimentos, bebidas, supermercado e produtos eletrônicos devem ser mais positivamente impactados do que outros, como os de vestuários e calçados, que vendem a prazo.