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Ataque russo mata duas pessoas e causa destruição em Odessa; Ucrânia promete 'retaliação'

Autoridades ucranianas afirmam que 19 mísseis foram lançados por terra, mar e ar contra a cidade, localizada às margens do mar Negro, ponto estratégico para o tráfego marítimo da região

Internacional|Do R7, com EFE

Ataque russo destrói Catedral da Transfiguração, construção sob proteção da Unesco
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Pelo menos duas pessoas morreram e uma catedral foi destruída em ataques russos durante a madrugada deste domingo (23) à cidade portuária de Odessa, no sul da Ucrânia. Segundo as autoridades ucranianas, a Rússia lançou 19 mísseis por terra, mar e ar contra a região, nove dos quais foram abatidos.

A Ucrânia promete "retaliação" ao ataque. Depois de relatar uma morte, o Ministério do Interior ucraniano aumentou o saldo para duas mortes. Também houve 22 feridos, incluindo quatro menores de 11 a 17 anos.

"Mísseis contra cidades pacíficas, contra casas, contra uma catedral", disse o presidente Volodmir Zelensky. "Haverá represálias contra os terroristas russos pelo que aconteceu em Odessa", promete ele.

"A Catedral da Transfiguração, no centro histórico de Odessa, patrimônio da Unesco, foi destruída. Um crime de guerra que nunca será esquecido ou perdoado", escreveu o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia no Twitter.


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Moscou disse, por sua vez, que alcançou todos os objetivos estabelecidos em Odessa. O Exército russo explicou que durante a noite atacou "instalações onde atos terroristas contra a Federação Russa estavam sendo preparados por meio de barcos não tripulados". Nessas instalações, afirmou, havia mercenários estrangeiros.

Ucrânia classifica ataque como 'crime de guerra que nunca será esquecido'
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Os mísseis russos que não foram interceptados causaram, por outro lado, "danos na infraestrutura portuária e em pelo menos seis locais residenciais, incluindo blocos de apartamentos", apontou o Exército ucraniano.


Odessa, às margens do mar Negro, é um ponto estratégico para o tráfego marítimo da região. A cidade já experimentou "uma noite infernal" na quinta-feira (20), segundo Kiev, que acusou Moscou de atacar especificamente a infraestrutura do porto, para impedir uma eventual retomada dos embarques de grãos ucranianos.

Há uma semana a Rússia retirou-se do acordo que permitia a exportação desses grãos por um ano, declarando que sua exigência de que fossem levantadas as barreiras às exportações de alimentos e fertilizantes não foi atendida. Moscou assegurou que depois disso não haveria mais "garantias de segurança" no mar Negro.

Contraofensiva

O ataque a Odessa ocorreu horas antes de uma reunião em São Petersburgo entre o presidente russo, Vladimir Putin, e seu colega bielorrusso e aliado Alexander Lukashenko. "Vamos falar sobre segurança em nossa região", disse Putin a seu convidado em declarações transmitidas pela televisão.

O encontro, que finalmente durará dois dias, é o primeiro entre os dois líderes desde que a Bielorrússia mediou o fim do motim dos mercenários do grupo Wagner na Rússia, há quatro semanas. 

Ataque também deixou 22 feridos, incluindo quatro menores
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No início da reunião, no Palácio Konstantinovsky, o presidente russo afirmou que a contraofensiva ucraniana lançada no início de junho para tentar recuperar os terrenos invadidos por Moscou no sul e no leste “falhou”.

Lukashenko, por sua vez, referiu-se ao grupo Wagner, liderado por Yevgueni Prighozin, outrora próximo a Putin. O presidente bielorrusso afirmou que os mercenários "estão de mau humor" e que gostariam de ir para a Polônia, embora ele os mantenha no centro da Bielorrússia.

"Eles pedem para ir para o oeste e me pedem permissão [...] para fazer uma viagem a Varsóvia, a Rzeszów", em território polonês, disse Lukashenko a Putin, que respondeu com um sorriso. "Mas é claro que os mantenho no centro da Bielorrússia, como combinamos", acrescentou o líder bielorrusso. "Nós controlamos o que está acontecendo", insistiu.

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Os dois líderes então saudaram juntos uma multidão reunida em Kronstadt, uma cidade-ilha em frente a São Petersburgo, e tiraram fotos com algumas das pessoas presentes na praça da catedral.

Na véspera, a Ucrânia explodiu um depósito de munições na Crimeia num ataque de drone, obrigando a evacuação da população envolvida e a suspensão do tráfego ferroviário nessa península, anexada pela Rússia em 2014.

A morte do jornalista russo Rostislav Zhuravlev, da agência estatal Ria Novosti, num bombardeamento ucraniano, despertou a ira do Kremlin, que denunciou "um crime odioso" e prometeu uma "resposta" aos responsáveis por aquele atentado.

Uma fonte do Exército ucraniano disse que o ataque visava a "instalações militares".

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