Forças russas invadem sede naval da Ucrânia na Crimeia
Militares russos presentes agiram para neutralizar qualquer tentativa de resistência ucraniana
Internacional|Do R7
Tropas russas apoiadas por voluntários desarmados ocuparam nesta quarta-feira (19) a sede naval da Ucrânia na localidade portuária de Sebastopol, na Crimeia, onde hastearam a bandeira russa.
A ação ocorreu em meio a um momento de tensão entre Moscou e o Ocidente devido à anexação da Crimeia à Rússia, com apoio da população local.
Os EUA e a Europa estão debatendo formas de pressionar o governo de Vladimir Putin a recuar dessa medida, mas parlamentares russos se apressam para ratificar ainda nesta semana o tratado que transforma a Crimeia em uma região da Rússia.
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Rapidamente, militares russos presentes na Crimeia agiram para neutralizar qualquer tentativa de resistência armada por parte dos ucranianos na região.
"Hoje de manhã eles invadiram o complexo. Cortaram os portões para abri-los, mas não ouvi tiros", disse Oleksander Balaniuk, capitão da Marinha ucraniana que deixava a base fardado, levando seus pertences.
"Esta coisa deveria ter sido resolvida politicamente. Agora, só me resta ficar aqui no portão. Não há nada mais que eu possa fazer", disse o militar à Reuters, com aspecto envergonhado e abatido.
O porta-voz militar Vladislav Selezniov disse que o comandante da Marinha ucraniana, almirante Serhiy Haiduk, foi levado embora da base pelo que pareciam ser forças especiais russas.
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Nos últimos dias, a Rússia enviou milhares de soldados para a Crimeia, onde já ficava sediada a frota naval russa do Mar Negro. A mobilização coincidiu com os preparativos para um referendo em que mais de 90% da população crimeana optou pela incorporação à Rússia.
Mas muitos habitantes pró-Ucrânia se queixam da forte presença militar na região. "Nasci aqui, minha família está aqui, tenho emprego aqui e não vou a lugar nenhum a não ser que haja um conflito militar total", disse o comerciante Viktor, de 23 anos. "É o meu lar, mas as coisas não serão mais as mesmas."
A poucas centenas de metros dali, as autoridades locais instalaram no Parlamento regional um novo letreiro que diz, em russo, "Conselho de Estado da República Crimeana".
Putin diz que a anexação da Crimeia foi necessária para proteger a população russa da Crimeia contra os "fascistas" que, segundo ele, tomaram o poder na Ucrânia depois da deposição do presidente pró-russo Viktor Yanukovich. O presidente também argumentou que a Crimeia é historicamente russa, e que se trata, portanto, de uma reunificação.
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