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Fósseis colocam dúvida sobre origem da linhagem humana na África

Internacional|Do R7

Por Will Dunham

WASHINGTON (Reuters) - Fósseis da Grécia e Bulgária de uma criatura parecida com um macaco que viveu há 7,2 milhões de anos podem alterar fundamentalmente a compreensão das origens humanas, colocando dúvidas sobre o ponto de vista de que a linha evolucionária que levou a pessoas teve início na África.

Cientistas disseram nesta segunda-feira que a criatura, conhecida como Graecopithecus freybergi e conhecida somente a partir de uma mandíbula e um dente isolado, pode ser o membro conhecido mais velho da linhagem humana que teve início após uma ruptura evolucionária com linha que levou aos chimpanzés, nosso primos mais próximos.

A mandíbula, que incluía dentes, foi desenterrada em Atenas em 1944. O pré-molar foi encontrado no centro sul da Bulgária em 2009. Os pesquisadores examinaram os fragmentos usando sofisticadas novas técnicas, incluindo tomografias computadorizadas, e estabeleceram a idade ao datar a rocha sedimentar na qual foram encontrados.


Eles encontraram desenvolvimento de raízes dentárias que possuíam características humanas não vistas em chimpanzés e seus ancestrais, colocando o Graecopithecus dentro da linhagem humana, conhecida como hominídeos. Até agora, o hominídeo mais antigo conhecido era o Sahelanthropus, que viveu há cerca de 6 a 7 milhões de anos no Chade.

O consenso científico tem sido há tempos de que o hominídeo teve origem na África. Considerando que os fósseis do Graecopithecus vieram dos Bálcãs, o leste do Mediterrâneo pode ter sido local de origem da linhagem humana, disseram os pesquisadores.


As descobertas não colocam dúvidas de que nossa espécie, Homo sapiens, apareceu pela primeira vez na África há cerca de 200 mil anos e posteriormente migrou para outras partes do mundo, segundo os pesquisadores.

“Nossa espécie se desenvolveu na África. Nossa linhagem talvez não tenha”, disse a paleantropóloga Madelain Böhme, da Universidade de Tübingen, na Alemanha, acrescentando que as descobertas “podem alterar radicalmente nossa compreensão da origem inicial humana/hominídea”.

O Homo sapiens é somente o mais recente em uma longa linha evolucionária hominídea que teve início com espécies parecidas com símios, seguidas por uma sucessão de espécies que ao longo do tempo adquiriram características mais e mais humanas.

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