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General egípcio anuncia em rede nacional a suspensão da Constituição do país e convoca novas eleições

Após a declaração, os manifestantes contrários ao presidente Mursi comemoraram a decisão dos militares 

Internacional|Do R7, com agências internacionais

Manifestantes comemoraram o anúncio das forças armadas do país na praça Tahrir, no Cairo
Manifestantes comemoraram o anúncio das forças armadas do país na praça Tahrir, no Cairo

O chefe das forças armadas do Egito, Abdul Fatah Khalil Al Sisi, anunciou nesta quarta-feira (3) a suspensão da Constituição do país e afirmou que novos eleições presidenciais e parlamentares serão organizadas. 

O ato foi divulgado em rede nacional e consolida a deposição do presidente Mohammed Mursi pelos militares do país. Além disso, as autoridades confirmaram que o dhefe do Tribunal Constitucional Supremo assumirá provisoriamente a presidência.

O líder da Corte Constitucional administrará o período interino e convocará eleições presidenciais antecipadas, dentro do roteiro estipulado pelo Exército com as forças do país. O presidente terá todo o poder para fazer declarações constitucionais e para designar um chefe de governo com prerrogativas, disse Al Sisi.

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Além disso, será formado um comitê de especialistas para emendar a Constituição, segundo o plano traçado por Al Sisi, que estava rodeado por líderes políticos além do xeque da instituição islâmica de Al-Azhar, Ahmed Tayyip, e o papa copta, Teodoro II.

"Um comitê encarregado de examinar propostas de emendas à Constituição será formado", segundo Al Sisi.


Segundo fontes militares e jurídicas, o presidente da Corte Constitucional Suprema, Adli Mansour, prestará juramento como chefe de Estado interino na quinta-feira (4).

"Os que estavam na reunião concordaram com um mapa para o futuro que inclua passos iniciais rumo a obter a construção de uma sociedade egípcia forte, que seja coesa e não exclua ninguém, e que acabe com o estado de tensão e divisão", disse Sisi em um pronunciamento solene, transmitido ao vivo pela TV estatal.

O general explicou que Mursi não cumpriu "as expectativas" da população de seu país. Ele é acusado por muitos de ter tentado islamizar o Egito. 

Segurança

Militares estão posicionados em vários pontos da capital Cairo. Eles fecharam os acessos à Praça Rabea Al Adauiya, no leste do Cairo, onde estão milhares de apoiadores do presidente Mursi, segundo a Lusa. Segundo a agência de notícias, soldados foram mobilizados também para a Praça Tahrir e para o palácio presidencial, onde estão os opositores ao atual governo.

De acordo com os militares, o bloqueio é para "preservar vidas e evitar confrontos" entre opositores e simpatizantes.

Um representante da organização Irmandade Muçulmana, à qual pertence Mursi, disse que um “golpe militar” está em andamento, conforme a BBC Brasil. Já a oposição alega que Mursi quer implantar um regime islâmico e exigem a saída do presidente.

Declaração de Mursi

Poucas horas antes, Mursi disse que "não aceitará nunca renunciar de forma humilhante a sua pátria, sua legitimidade e sua religião", em uma breve mensagem postada em sua página oficial do Facebook.

"Que saibam nossos filhos que seus pais e avôs foram homens que não aceitam a injustiça e que não aceitarão nunca renunciar de forma humilhante", afirma o comunicado.

Nas últimas horas, Mursi se dirigiu aos egípcios pelas redes sociais para defender sua legitimidade como presidente frente ao que considera a opção "equivocada" de quem pede sua renúncia e a convocação de eleições antecipadas.

Previamente, destacou que a legitimidade "é a única garantia para a estabilidade e contra a violência", e reiterou seu pedido para a formação de um governo de união nacional que organize eleições legislativas.

O líder explicou que sua proposta está baseada na "legitimidade constitucional que os egípcios construíram juntos" e que esta "responde às reivindicações do povo".

Além disso, responsabilizou a maioria das forças da oposição de boicotar nos últimos meses as tentativas de diálogo lançadas pela presidência. 

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