Um juiz argentino descartou a acusação feita por promotores federais de que a presidente Cristina Kirchner conspirou para acobertar o suposto papel do Irã no atentado de 1994 a uma entidade judaica, informou o judiciário do país em um comunicado nesta quinta-feira (26).
O juiz Daniel Rafecas decidiu “não dar continuidade” ao caso, retomado no início deste mês, depois que o promotor encarregado, Alberto Nisman, foi encontrado morto com um tiro em 18 de janeiro em circunstâncias misteriosas que desencadearam um tumulto político e levaram a uma reforma na agência de espionagem argentina.
“Os indícios colhidos estão longe de cumprir os critérios mínimos”, informou uma declaração do Centro de Informação Judicial, a agência de notícias do judiciário.
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O promotor Gerardo Pollicita deu sequência à investigação de Nisman para descobrir se Cristina dificultou o inquérito sobre o atentado para assegurar um acordo de troca de grãos por petróleo com Teerã. A presidente classifica as alegações como "absurdas".
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Pollicita deve apelar da decisão de Rafecas de não prosseguir com a investigação. O Irã vem negando repetidamente seu envolvimento no ataque à Amia (Associação Mutual Israelita Argentina) em Buenos Aires, que deixou 85 mortos.