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‘Lá não tenho nada, perdi tudo’, diz refugiada síria no Brasil

Razan Suliman precisou deixar Aleppo após uma guerra civil estourar no país em 2011, com grande interferência internacional

Internacional|Lucas Ferreira, do R7


Razam abriu um restaurante de comida árabe em São Paulo
Razam abriu um restaurante de comida árabe em São Paulo

Quando os protestos da Primavera Árabe se espalharam pelo Oriente Médio e Norte da África, em 2011, esperava-se que regimes totalitários dessem espaço à democracia e às eleições diretas. Entretanto, uma onda de conflitos e guerras tomou conta destas regiões, tendo como principal vítima a Síria.

Segundo dados da Acnur (Agência da ONU para Refugiados), existem 6,9 milhões de pessoas deslocadas dentro do país, além de outros 6,6 milhões de refugiados sírios pelo mundo. Uma destas pessoas é Razan Suliman, que deixou Aleppo, cidade mais populosa da Síria.

Junto do marido, Razan viajou mais de 11 mil quilômetros até chegar em São Paulo, onde hoje tem um pequeno restaurante de comida árabe, no bairro do Ipiranga.

“Cheguei no Brasil e não sabia nada. Não tinha ninguém aqui, mas com a ajuda dos brasileiros consegui arrumar um trabalho”, conta a refugiada síria ao R7.


De acordo com Razan, a vinda para terras brasileiras foi extremamente difícil. A barreira da língua foi um dos grandes obstáculos que a refugiada enfrentou, mas não se compara às bombas de Aleppo e a ameaça do Estado Islâmico que rondava o país.

Além do grupo extremista, a população da Síria fez parte de uma disputa de poder que não pediu. Ao lado do governo de Bashar al-Assad, que está no comando do país de 2000, estavam as Forças Armadas do país, o Irã, a Rússia e o Hezbollah, além de nações que forneciam armas, como Belarus, China, Coreia do Norte e Iraque.


Razam e Mohamed fugiram para o Brasil onde reiniciaram a vida
Razam e Mohamed fugiram para o Brasil onde reiniciaram a vida

Já a Oposição Síria, que desejava a remoção de al-Assad do poder, estavam grupos armados revolucionários, a Turquia e outras grandes potenciais que apoiam o confronto de maneira indireta, como Estados Unidos, França e Israel.

Desde 2014, uma coalizão internacional formada por mais de 15 países iniciou uma ofensiva na Síria para conter o Estado Islâmico, o que aumentou ainda mais os estragos a propriedades civis no país.


Questionada se deseja voltar à Síria, Razan confessa que não há grandes motivos para esta viagem de volta. Segundo a refugiada, muita das coisas que tinha no país foi perdida com guerra civil e contra o Estado Islâmico.

Pretendo ficar aqui. Não tenho mais nada lá%2C perdi tudo

Razan conta que os parentes que ficaram na Síria relatam uma vida muito difícil, com problemas financeiros e de infraestrutura no país, devido aos 11 anos de conflito.

“Quem está na Síria ainda enfrenta a guerra. A situação deles é muito difícil, sem trabalho e algumas das casas não têm agua ou luz. Nada de uma vida humana normal”, conclui Razan.

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