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Malala quer dialogar com talebans, mas é ameaçada novamente

Há um ano, a jovem foi alvejada por defender o direito das paquistanesas à educação

Internacional|Do R7

Talebans tentaram matar Malala em 9 de outubro do ano passado quando ela se encontrava num ônibus escolar
Talebans tentaram matar Malala em 9 de outubro do ano passado quando ela se encontrava num ônibus escolar

A jovem paquistanesa Malala Yousafzai, ferida pelos talebans há cerca de um ano por defender o direito das meninas de frequentar a escola, declarou nesta segunda-feira (7) que deseja ser política para mudar seu país.

A menina de 16 anos, cuja luta contínua pela educação lhe colocou como uma das favoritas a vencer o prêmio Nobel da Paz nesta semana, expressou seu apoio ao diálogo com os talebans, embora tenha declarado que isso era um tema do governo.

"Serei uma política no futuro. Quero mudar meu país e quero fazer com que a educação seja obrigatória", disse Malala em uma entrevista à BBC.

— A melhor maneira de resolver um problema e combater a guerra é com o diálogo, de maneira pacífica. (...) Mas para mim o melhor modo de lutar contra o terrorismo e o extremismo é fazer uma coisa simples: educar a próxima geração.


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Malala acrescentou que combater o terrorismo é um assunto de Islamabad e Washington: "não é um tema meu, é o trabalho do governo... e também do governo dos Estados Unidos".

Horas depois desta entrevista, os talebans paquistaneses acusaram Malala de não "ter coragem" e prometeram que vao atacá-la novamente se tiverem uma oportunidade.


Shahidullah Shahid, porta-voz do Tehreek-e-Taleban Pakistan (TTP), a facção paquistanesa dos talebans, afirmou que o grupo tentará matá-la de novo.

"Ela não é uma garota valente e não tem coragem. Nós a atacaremos de novo assim que tivermos uma chance", declarou Shahid à AFP.

"Nós atacamos Malala porque ela falava contra os talebans e o Islã e não porque ela ia à escola", explicou Shahid, referindo-se ao blog que Malala escrevia na BBC e que lhe valeu reconhecimento internacional.

Apesar das ameaças, Malala reiterou seu desejo de voltar ao Paquistão da Grã-Bretanha, para onde foi levada depois de ser baleada na cabeça e onde frequenta a escola.

"O lado ruim de nossa sociedade e de nosso país", declarou em referência ao Paquistão, "é que sempre esperam que venha outra pessoa para consertar as coisas".

"Se digo que ninguém faz nada pela educação, se digo que não há eletricidade, que não há gás natural, que as escolas estão sendo destruídas, e digo que ninguém se ocupa disso, por que não tento? Por que não faço algo eu mesma?", questionou.

— Acredito que alcançarei este objetivo porque Alá está comigo, Deus está comigo e salvou a minha vida.

Malala contou ainda que a Grã-Bretanha causou em sua família uma grande impressão, "especialmente em minha mãe, porque nunca havíamos visto mulheres tão livres, vão a qualquer mercado, sozinhas e sem homens, sem os irmãos ou os pais".

Talebans armados tentaram matar Malala em 9 de outubro do ano passado quando ela se encontrava num ônibus escolar. Ela sobreviveu ao atentado e transformou-se numa espécie de embaixadora global do direito de todas as meninas frequentarem a escola.

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