Obama faz apelo ao Congresso sobre intervenção na Síria
Debate na casa legislativa sobre a intervenção deve começar nesta segunda-feira
Internacional|Do R7
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, pediu neste sábado (7) aos membros do Congresso "que não continuem com os olhos vendados" ante o suposto uso de armas químicas pelo regime de Bashar al-Assad e que avaliem um ataque militar americano contra a Síria.
— Não se pode continuar com os olhos vendados ante as imagens que temos visto na Síria. Por isto, peço aos membros do Congresso, aos partidos, que se unam e atuem para promover o mundo no qual queremos viver, o mundo que vamos deixar para nossos filhos e para as gerações futuras.
O Congresso deve iniciar na segunda-feira (9), data do fim do recesso de verão, debates sobre a intervenção defendida pelo presidente como resposta ao ataque químico de 21 de agosto na região de Damasco, que segundo as autoridades americanas matou mais de 1.400 pessoas. A autoria foi atribuída às forças de Assad.
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Segundo uma pesquisa do jornal Washington Post, 224 dos 433 membros da Câmara de Representantes eram contra ou pensavam de maneira negativa sobre uma ofensiva militar, outros 184 estavam indecisos e apenas 25 manifestavam apoio à intervenção.
O ceticismo também prevalece entre a população.
Uma pesquisa do instituto Gallup mostra que 51% dos americanos rejeitam um ataque contra a Síria, enquanto 36% apoiam a medida, um resultado muito abaixo dos registrados antes das guerras do Golfo em 1991, Kosovo (1999), Afeganistão (2001) e Iraque (2003).
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— Isto não foi apenas um ataque direto contra a dignidade humana; é uma ameaça séria para nossa segurança nacional. Não responder a este ataque escandaloso aumentaria o risco de ver novamente usadas armas químicas, de vê-las cair nas mãos de terroristas que poderiam utilizá-las contra nós e isto enviaria uma mensagem desastrosa aos demais países, de que o uso deste tipo de armas não teria consequências.
Em seu programa semanal de rádio, o presidente americano recordou que como comandante em chefe, decidiu na semana passada que os Estados Unidos deveriam atacar a Síria e punir o regime de Assad.
No entanto, solicitou o respaldo dos legisladores para a decisão.
— Nosso país será mais forte se atuarmos todos juntos e nossas ações serão mais eficazes. Por isto pedi aos membros do Congresso que debatam o tema e votem a favor do uso da força.
Obama insistiu ainda que o ataque que planeja não é uma intervenção sem fim.
— Isto não seria outro Iraque ou outro Afeganistão. Não teríamos soldados americanos em terra. Qualquer ação que iniciemos seria limitada, tanto no tempo como no alcance, e estaria destinada a impedir o governo sírio que utilize gás contra seu próprio povo outra vez, assim como suas capacidades para fazê-lo. Sei que os americanos estão cansados após uma década de guerra, apesar da guerra no Iraque estar encerrada e da guerra no Afeganistão estar perdendo força. Por isto não estamos colocando nossos soldados no meio da guerra dos outros.
Obama pretende discursar aos americanos na terça-feira (10) sobre o tema.
bdx/fp