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Papa reforça sanções penais contra pedofilia e crimes financeiros

As novas normas entrarão em vigor em 1º de setembro

Internacional|Do R7

As novas normas são aplicadas a todos os membros da Cúria, assim como a todos os funcionários diplomáticos
As novas normas são aplicadas a todos os membros da Cúria, assim como a todos os funcionários diplomáticos DYLAN MARTINEZ/Reuters

O papa Francisco aprovou nesta quinta-feira (11) uma reforma do código penal do Vaticano que reforça as sanções contra os atos de pedofilia e fortalece as medidas repressivas em casos de corrupção e lavagem de dinheiro.

O "motu proprio", o decreto assinado pelo papa, tem por objetivo "ajustar aos parâmetros internacionais" o sistema penal do Vaticano que remontava a 1929, ano da criação do Estado da Cidade do Vaticano.

O sumo pontífice também anula a pena de prisão perpétua, que será substituída pela reclusão a 30 ou 35 anos.

Além disso, o texto introduz nas leis vaticanas diversos crimes reconhecidos pelas convenções internacionais, como a tortura, o genocídio e a discriminação racial, e inclui "o conjunto da categoria dos crimes contra os menores: venda, prostituição, recrutamento e violência sexual contra eles, pornografia, posse de material pornográfico e atos sexuais com menores".


Embora o papa afirme seguir os passos de seu antecessor, a adoção desta reforma apresenta uma mudança em relação às ações de Bento 16, que se concentrou principalmente no saneamento interno da Igreja e da diocese através da destituição de bispos e sacerdotes, e encorajando a cooperação com as autoridades judiciais civis.

Em abril, o papa Francisco pediu uma atuação com "determinação" contra os abusos sexuais cometidos pelo clero. Esta foi a primeira vez que o papa argentino falou diretamente e de maneira pública sobre os abusos sofridos durante décadas por dezenas de milhares de crianças.


As novas normas, que entrarão em vigor no dia 1º de setembro, são aplicadas a todos os membros da Cúria, assim como a todos os funcionários diplomáticos e a todos os funcionários de organismos e instituições vinculados à Santa Sé.

A nova legislação vaticana também prevê a possibilidade de que os tribunais da Santa Sé julguem "crimes cometidos contra a segurança, os interesses fundamentais e o patrimônio da Santa Sé".


A divulgação de informação confidencial será punida de forma mais severa caso os documentos sejam considerados importantes.

O "motu próprio" do papa também revisa a definição dos "crimes contra a administração pública em relação à Convenção das Nações Unidas contra a corrupção", que prevê penas mais severas. Estão previstas sanções administrativas e econômicas para as entidades cujos organismos ou funcionários cometam atividades criminosas.

Por sua vez, são reforçados os poderes dos tribunais do Vaticano em matéria de confisco e embargo preventivo de bens.

O texto do papa também prevê a extradição e a obrigação de cooperação judicial internacional para as instituições da Santa Sé.

O papa Francisco começou nas últimas semanas a retomar o controle do controverso banco do Vaticano, o Instituto para as Obras Religiosas (IOR), envolvido em vários escândalos por suspeitas de lavagem de dinheiro.

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