Primeiro-ministro turco diz que não cederá diante de pressão de manifestantes
Polícia turca saiu da praça Taksim e manifestantes ocuparam o local neste sábado (1º)
Internacional|Do R7
O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, disse neste sábado (1º) que não cederá diante dos protestos que desde a madrugada de sexta-feira (31) paralisaram Istambul e se estenderam para outras cidades da Turquia. Em discurso pronunciado em Istambul e transmitido ao vivo pela televisão, o líder disse que os protestos eram "ideológicos".
Houve enfrentamentos entre os manifestantes e a polícia, que utilizou gás lacrimogêneo. O objetivo inicial do protesto era salvar um parque do centro da cidade, mas muitos manifestantes pedem também a renúncia do governo e acusam as autoridades de usarem a violência.
— Este incidente já não tem nada a ver com o Parque Gezi, se transformou em algo ideológico, para conquistar (a prefeitura) Istambul.
Erdogan ainda prometeu que o projeto para urbanizar o parque vai continuar, apesar da medida não ter sido aprovada por uma comissão municipal
— Ninguém tem direito de aumentar a tensão com a desculpa de que vão cortar árvores.
Turquia vive segundo dia de protestos contra governo
Vários deputados do Partido Republicano do Povo (CHP) e o Partido Paz e Democracia (BDP), ambos na oposição, participam dos protestos e dois congressistas foram hospitalizados. O CHP anunciou para hoje um comício no bairro de Kadiköy, no lado asiático da cidade, mas horas mais tarde cancelou o evento e pediu a seus seguidores que comparecessem diretamente no distrito de Taksim, onde ocorre a maior parte dos enfrentamentos policiais.
O líder do CHP, Kemal Kiliçdaroglu, pediu a Erdogan que retire a polícia de Taksim e recue no projeto de transformar o parque Gezi em um centro comercial. Mas Erdogan não deu seu braço a torcer.
— Antes das eleições prometemos ao nosso povo realizar o projeto de Taksim e vamos cumprir.
O primeiro-ministro, no entanto, admitiu que foram cometidos erros no uso do gás lacrimogêneo por parte das forças de segurança e prometeu investigá-los, mas reiterou que "a polícia esteve no local ontem, está hoje e estará amanhã".
— [A oposição] pode reunir cem mil pessoas no lugar, mas com meu partido posso reunir um milhão.
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