Putin pediu às autoridades ucranianas que reconstruam a infraestrutura na zona de conflito
REUTERS/Alexander ZemlianichenkoO presidente russo, Vladimir Putin, chamou neste domingo (31) a Ucrânia para abrir urgentemente negociações sobre o modelo de Estado para garantir os interesses do leste pró-Rússia, condição indispensável para o acerto pacífico do conflito.
— É preciso proceder imediatamente para abrir negociações substanciais, não sobre temas técnicos, mas sobre questões da organização política da sociedade e do modelo de Estado no sudeste da Ucrânia, assegurou Putin em entrevista à televisão pública.
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O objetivo dessas negociações seria, "sem lugar de dúvidas, garantir os direitos legais do povo que ali vive", em alusão à população russo falante.
Embora Putin não tenha mencionado, a Rússia advoga por transformar a Ucrânia em uma federação na qual as regiões disponham de competências em matéria orçamentária e linguística, além de escolher diretamente seus governadores.
Com relação a isso, o presidente ucraniano Poroshenko insistiu em várias ocasiões que seu País não será uma federação e que a população do leste poderá educar seus filhos em língua russa, mas que este é o segundo idioma oficial na Constituição.
Putin lembrou também que durante a recente cúpula de Minsk acordou com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, colocar fim à atual crise "pela via pacífica e através de negociações".
— Se alguém pensa que os rebeldes não vão reagir e só vão esperar as prometidas negociações enquanto há disparos contra as cidades e povos do sudeste da Ucrânia, é que é refém de algum tipo de esperança, assinalou.
Além disso, Putin pediu às autoridades ucranianas que reconstruam a infraestrutura na zona de conflito e preparar- se para a iminente chegada do frio.
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— Parece que só a Rússia pensa nisso. A primeira condição é cessar imediatamente as ações militares e reconstruir a infraestrutura (...), é preciso se preparar para o outono e o inverno, assinalou.
Putin reconheceu que é impossível prever quando terminará a crise no vizinho país e que sua solução "depende, em grande medida, da vontade política dos dirigentes ucranianos".
— O problema é que o país se encontra em véspera das eleições parlamentares e todos os envolvidos na corrida eleitoral que já começou querem demonstrar que são tipos duros, indicou.
Nestas circunstâncias, acrescentou, "é difícil esperar que surjam pessoas que se pronunciem com clareza a favor da busca pela paz e não a favor de uma solução militar ao problema". Putin adiantou que a Rússia aceitou a proposta ucraniana de que os próximos comboios de ajuda humanitária russa com destino às regiões de Donetsk e Lugansk sejam enviados não por estrada, mas por ferrovia.
Por sua vez, o presidente russo elogiou seu colega ucraniano, a quem qualificou de "parceiro com o qual se pode dialogar". Putin, que é acusado por Kiev de enviar tropas regulares para reforçar as milícias pró-russas, justificou nesta semana a contra-ofensiva rebelde ao considerar que seu objetivo é proteger a população civil dos bombardeios indiscriminados ucranianos.